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Síria diz para ocidente pararem de sonhar com queda de Assad

Comunicado demonstra o fosso aparentemente incontornável entre os lados opostos no conflito de dois anos e meio


	O presidente da Síria, Bashar al-Assad: dirigente das brigadas rebeldes do Exército Livre Sírio, grupo apoiado por países ocidentais, rejeita as conversações de Genebra
 (AFP)

O presidente da Síria, Bashar al-Assad: dirigente das brigadas rebeldes do Exército Livre Sírio, grupo apoiado por países ocidentais, rejeita as conversações de Genebra (AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 13h15.

Beirute - Países ocidentais que exigem a renúncia do presidente sírio, Bashar al-Assad, deveriam parar de sonhar ou esquecer de participar das conversações de paz em janeiro, disse o governo da Síria nesta quarta-feira.

Em resposta ao anúncio de que a conferência com o objetivo de buscar uma solução para o conflito sírio --a chamada de "Genebra 2", que vem sendo adiada há meses-- será realizada em 22 de janeiro, a Síria assinalou que o governo de Assad tomará parte no encontro, mas reiterou que não há nenhum plano de entrega do poder.

O comunicado demonstra o fosso aparentemente incontornável entre os lados opostos no conflito de dois anos e meio, que matou mais de 100 mil pessoas, causou dezenas de bilhões de dólares de prejuízos e levou milhões de sírios a abandonarem suas casas.

O dirigente das brigadas rebeldes do Exército Livre Sírio, grupo apoiado por países ocidentais, rejeita as conversações de Genebra e diz que não haverá nenhum cessar-fogo durante a conferência. Poderosos combatentes islamistas foram ainda mais longe, ameaçando levar a julgamento qualquer pessoa que tomar parte em conversações que não resultarem na destituição de Assad.

O grupo oposicionista Coalizão Nacional, que também tem o apoio ocidental, mas influência mínima sobre os rebeldes no campo de luta, afirma que no mês que vem decidirá se vai a Genebra.

Anteriormente, a Coalizão havia dito que estava pronta a participar se fossem criados corredores de ajuda humanitária e libertados prisioneiros políticos, e insiste que Assad não pode ter nenhum papel no futuro da Síria.

Assad, porém, consolidou seu poder no entorno de Damasco e na região central da Síria, depois de meses de consistentes avanços dos militares. Com o apoio do Irá e da Rússia, e a ajuda de combatentes do Líbano e do Iraque, seus soldados recapturaram este mês cidades na periferia da capital e nas áreas ao sul de Aleppo.

Mais seguro do que há um ano contra os rebeldes majoritariamente sunitas, e cujas fileiras também foram engrossadas por um influxo de combatentes islamistas do estrangeiro, ele enfrenta agora pouca pressão interna para fazer concessões a seus inimigos.

"A era do colonialismo, com a derrubada e instauração de governos, acabou. Eles têm de acordar de seus sonhos", disse uma fonte do Ministério de Relações Exteriores sírio nesta quarta-feira, em resposta aos chamados da França e da Grã-Bretanha para que Assad deixe o poder.

"Se eles insistem nessas ilusões, não há nenhuma necessidade de eles comparecerem à Genebra 2", disse a fonte em um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias síria, a Sana.

Numa amostra da contínua ênfase dos dois lados em uma solução militar para o conflito, o comunicado também afirma que "a eliminação do terrorismo" -referência das autoridades à sua luta contra os grupos rebeldes─ será o tema principal da delegação do governo em Genebra.

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