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Síria ainda não autorizou ajuda humanitária para a oposição

O presidente do grupo informou que ontem recebeu um compromisso das autoridades de que permitirão o acesso humanitário a três ou quatro das seis áreas cercadas


	Oposição síria: o presidente do grupo informou que ontem recebeu um compromisso das autoridades de que permitirão o acesso humanitário a três ou quatro das seis áreas cercadas
 (Alaa Al-Faqir / Reuters)

Oposição síria: o presidente do grupo informou que ontem recebeu um compromisso das autoridades de que permitirão o acesso humanitário a três ou quatro das seis áreas cercadas (Alaa Al-Faqir / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2016 às 12h17.

Genebra - O governo sírio ainda não autorizou a entrada de ajuda humanitária em seis áreas sitiadas por seu exército, entre elas Duma e Daraya (ambas nos arredores de Damasco), considerados duas grandes fortificações da oposição armada.

O presidente do grupo de trabalho criado para melhorar o acesso humanitário à Síria, Jan Egeland, informou que ontem à noite recebeu um compromisso verbal das autoridades de que permitirão o acesso humanitário "a três ou quatro" dessas seis áreas cercadas, embora ainda não tenha tido uma confirmação por escrito.

"Rezamos para receber uma resposta nos casos de Duma e Daraya, onde a situação é horrorosa", comentou. Na primeira cidade há pelo menos 95 mil civis sitiados, e uma quantidade menor na segunda.

No total, na última semana o governo sírio prometeu dar acesso a "oito ou nove localidades, das 11 solicitadas".

Cinco das zonas autorizadas estão na categoria de "áreas de difícil acesso", em que não é possível chegar principalmente pelo estado das rodovias ou pelos enfrentamentos armados.

No último mês, paralelamente ao acordo de cessação de hostilidades, a ONU conseguiu melhorar a situação humanitária em regiões da Síria onde a ajuda estava interrompida.

Segundo os números mencionados por Egeland, 384 mil pessoas receberam desde o início de 2016 ajuda nas áreas sitiadas (150 mil), de difícil acesso (184 mil) ou que estão próximas a diferentes frentes de batalha (50 mil).

O objetivo da ONU é dobrar esse número até o final de abril.

A ONU estima que nas zonas sitiadas, incluindo Deir ez Zor - sob controle da organização terrorista Estado Islâmico, haja 486 mil civis.

A última conquista destes esforços humanitários aconteceu ontem, com a chegada de um comboio à cidade de Houla, no norte da província de Homs, com alimentos, remédios e água para 70 mil pessoas que não recebiam ajuda vital desde outubro.

Uma carga de ajuda humanitária chegou hoje a pontos do oeste da província de Aleppo com remédios, equipamentos médicos e material para o tratamento de água, todos fornecidos pela ONU, informou o Crescente Vermelho.

"Também chegamos ao oeste de Aleppo. Isto foi coordenado com comboios que cruzaram a fronteira desde o norte (pela Turquia), portanto agora a região de Aleppo está coberta do sul (Damasco) ao norte", precisou Egeland.

Em contraposição a estes avanços, a ONU confirmou que há "novas áreas" na Síria que preocupam em termos de acesso humanitário.

Entre elas, Egeland mencionou um bairro na cidade de Homs onde foi rompido um acordo local estabelecido em dezembro entre governo e os rebeldes.

"Há novas áreas de grande preocupação. Uma delas é Al Waer, parte de Homs que está inacessível e onde as necessidades são muito grandes", disse o presidente do grupo de trabalho criado para melhorar o acesso humanitário à Síria.

O escritório do mediador da ONU nas negociações de paz entre o governo e a oposição "fará um esforço especial" neste caso para que o acordo local volte a ser respeitado.

Egeland também explicou que o acesso do material cirúrgico nos comboios de ajuda continua a ser um problema, e que foi descarregado ontem dos caminhões que entraram em Al Houla, mas a entrada de medicamentos e outros produtos médicos foi permitida "após longas negociações".

Sobre o lançamento de ajuda pelo ar sobre Deir ez Zor, ele informou que ainda estão ajustando os problemas logísticos encontrados nas primeiras tentativas e esperar que entre uma e duas semanas possam fazer uma nova tentativa.EFE

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