O então premier de Israel, Ariel Sharon: "Sharon deu a ordem de fazer todo o possível para evitar que Arafat morresse". disse ex-conselheiro (AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2013 às 09h55.
Jerusalém - Ariel Sharon deu a ordem de não matar Yasser Arafat, afirmou nesta quinta-feira à AFP um ex-conselheiro do ex-primeiro-ministro israelense, respondendo a informações sobre um possível envenenamento com polônio radioativo do histórico líder palestino.
"Ariel Sharon deu a ordem de fazer todo o possível para evitar que Arafat morresse pelas mãos de nossos soldados", quando o líder palestino estava cercado pelo Exército israelense em Ramallah na sede da presidência palestina, explicou o ex-conselheiro israelense Raanan Gissin.
"As instruções de Sharon consistiam em tomar todas as precauções para que Israel não fosse acusado da morte de Arafat", destacou.
"Também por esta razão, Sharon autorizou a evacuação de Arafat a um hospital da França, quando foi constatado que estava moribundo", acrescentou o ex-conselheiro.
Yasser Arafat morreu no dia 11 de novembro de 2004 no hospital militar de Percy, em Clamart, perto de Paris.
"Em vez de lançar acusações sem fundamento contra Israel, os palestinos fariam melhor em se perguntar quem, no entorno de Arafat, estava interessado em sua morte, e, sobretudo, quem colocou a mão no dinheiro que Arafat controlava", disse Raanan Gissin.
Interrogado sobre as ameaças de morte proferidas na época por Sharon contra Arafat, Gissin respondeu que não eram mais que "declarações políticas que não tiveram consequências operacionais".
O porta-voz da chancelaria israelense, Yigal Palmor, também negou nesta quarta-feira qualquer responsabilidade de Israel na morte de Arafat.
Segundo um relatório médico divulgado na quarta-feira pela rede de informação do Catar Al Jazeera, as análises das amostras extraídas do cadáver de Arafat por um laboratório suíço reforçam a hipótese de que o líder foi envenenado com polônio.