Seul admite ter comprado viagra para viagem da presidente
Após diversas versões sobre o possível uso do remédio sexual no entorno da chefe de Estado, a Casa Azul decidiu oferecer sua não menos peculiar explicação
EFE
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 08h49.
Seul - A Casa Azul da Coreia do Sul admitiu nesta quarta-feira ter comprado viagra para "combater o mal de altura" em uma viagem à África da presidente, Park Geun-hye, em um novo e estranho capítulo do escândalo no país.
"Compramos em maio sob prescrição médica 360 pílulas de viagra, parte delas originais e o resto genéricas", confirmou à Agência Efe um porta-voz do escritório presidencial, depois que veículos de imprensa locais revelaram informações sobre a incomum aquisição.
A presidente, apontada pelos promotores como cúmplice no maior escândalo dos últimos anos no país, é alvo de vários rumores, em geral infundados, desde sua participação em rituais xamânicos até supostos romances secretos.
Após ser divulgado diversas versões sobre o possível uso do remédio sexual masculino no entorno da chefe de Estado, a Casa Azul decidiu oferecer sua não menos peculiar explicação.
"Após viajar à América do Sul em abril, a comitiva presidencial se queixou de que as pílulas para o mal de altura quase não faziam efeito, por isso que fomos de novo aos médicos na busca de um remédio alternativo", explicou o porta-voz.
Este garantiu que os médicos receitaram as pílulas de viagra como "remédio alternativo" para a posterior viagem no final de maio à Etiópia, Uganda e Quênia, cujas capitais se encontram a uma altitude de 2.355 metros sobre o nível do mar no caso de Adis Abeba, 1.189 no de Campala e 1.661 no de Nairóbi.
O porta-voz esclareceu, no entanto, que "finalmente as pílulas não foram usadas", já que nem a presidente e nem sua comitiva sofreram de mal de altura.
Também qualificou como "rumores infundados" as versões da imprensa e os internautas sobre supostos encontros secretos de Park com um amante ou rituais relacionados com o caso "Choi Soon-sil", a amiga íntima da presidente e filha do falecido líder de uma seita religiosa.
Neste momento, a presidente está debilitada e acossada pelos pedidos maciços de renúncia e pelas tentativas de levá-la aos tribunais em relação ao tremendo escândalo protagonizado por ela e Choi, batizada como "a Rasputina coreana".
Os promotores acreditam que, com a conivência de Park, Choi extorquiu dinheiro de empresas para ficar com parte dos fundos, interveio em assuntos de estado sem ostentar cargo público algum, editou discursos presidenciais e obteve privilégios acadêmicos a sua filha.
Isto causou uma grande indignação no país, levando às ruas mais de um milhão de pessoas nas últimas semanas para pedir a renúncia da chefe de Estado.