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Sessions diz que se afastará de investigações sobre a Rússia

A decisão foi tomada pelo procurador-geral dos Estados Unidos após jornal revelar que o ex-senador teve contatos com o embaixador russo em Washington

Sessions: ele escondeu os contatos com o embaixador russo do Senado nas audiências de confirmação de seu nome ao cargo de procurador-geral (Yuri Gripas/Reuters)

Sessions: ele escondeu os contatos com o embaixador russo do Senado nas audiências de confirmação de seu nome ao cargo de procurador-geral (Yuri Gripas/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de março de 2017 às 18h42.

Última atualização em 2 de março de 2017 às 22h12.

Washington - O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, afirmou nesta quinta-feira que se afastará de qualquer investigação existente ou futura do Departamento de Justiça sobre a possível ingerência da Rússia nas eleições presidenciais que deram a vitória a Donald Trump.

A decisão foi tomada por Sessions após o jornal "The Washington Post" revelar que o ex-senador teve contatos com o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak, duas vezes antes das eleições, quando atuava como assessor da campanha de Trump, uma informação que escondeu do Senado nas audiências de confirmação de seu nome ao cargo de procurador-geral.

O procurador-geral disse hoje ter solicitado a opinião dos especialistas em ética do governo, que lhe recomendaram se afastar das investigações.

"Estudei as regras e considerei seus comentários e sua avaliação. Acredito que essas recomendações são corretas e justas, Portanto, me apartei dos assuntos que tratam da campanha de Trump", comentou o republicano.

"Sobre os comentários que fiz ao comitê que disseram que são incorretos e falsos, me permitam ser claro. Nunca tive reuniões com agentes russos ou intermediários russos sobre a campanha de Trump", assegurou o procurador-geral.

Sessions indicou que escreverá "em breve" ao Comitê Judicial para esclarecer seu testemunho.

Em comunicado paralelo a sua declaração perante os veículos de comunicação, Sessions detalhou ter decidido "afastar-se de qualquer investigação existente ou futura sobre qualquer assunto relacionado de alguma maneira com as campanhas do presidente dos Estados Unidos".

"Este anúncio não deve ser interpretado como uma confirmação da existência de uma investigação ou sugestão do alcance de tal investigação, porque nós, no Departamento de Justiça, nos resistimos a confirmar ou negar a existência das investigações", advertiu, no entanto, o procurador-geral sobre as apurações sobre o Kremlin.

Durante seu processo de confirmação no Senado, Sessions foi questionado pelos democratas sobre sua disposição a investigar os supostos nexos da campanha de Trump com o Kremlin como futuro chefe do Departamento de Justiça.

"Se há alguma prova que algum membro da campanha de Trump se comunicou com o governo russo durante esta campanha, o que faria?", perguntou o senador Al Franken, ao que Sessions respondeu: "Não tenho conhecimento de nenhuma dessas atividades".

Além disso, Sessions garantiu "não ter tido comunicações com os russos".

Estas revelações sobre Sessions ameaçam criar uma nova crise no governo de Trump, que já viu os contatos com Kislyak antes, durante e depois das eleições custarem o cargo do então assessor de segurança nacional da Casa Branca, o general Michael Flynn.

Por sua parte, o presidente Trump negou sempre qualquer tipo de conexão de sua campanha com o Kremlin.

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