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Serra Leoa comemora polêmica operação de luta contra ebola

Confinamento permitiu detectar 150 casos novos do vírus mortal e encontrar 70 cadáveres, indicaram as autoridades nesta segunda-feira


	Funcionário da Cruz Vermelha carrega corpo de vítima do ebola: em Serra Leoa, os seis milhões de habitantes foram proibidos de sair de suas casas nos últimos três dias
 (Zoom Dosso/AFP)

Funcionário da Cruz Vermelha carrega corpo de vítima do ebola: em Serra Leoa, os seis milhões de habitantes foram proibidos de sair de suas casas nos últimos três dias (Zoom Dosso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 17h45.

Freetown - Serra Leoa voltava nesta segunda-feira à normalidade após três dias de confinamento que permitiram descobrir dezenas de mortos devido ao ebola, ao mesmo tempo que o religioso espanhol que contraiu o vírus neste país chegou a Madri para receber tratamento médico.

O confinamento permitiu detectar 150 casos novos do vírus mortal e encontrar 70 cadáveres, indicaram as autoridades nesta segunda-feira.

A epidemia de ebola deixou 2.793 mortos na África Ocidental, em 5.762 casos registrados, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) com data de 18 de setembro e publicado nesta segunda-feira.

A Libéria, de longe o país mais atingido, registrou 1.578 mortes em 3.022 casos, segundo relatório publicado pela representação africana da OMS.

Na Guiné foram 623 mortes, em 965 casos, e em Serra Leoa, 584 mortes, em 1.753 casos.

Na Nigéria, foram registradas oito mortes em 21 casos.

Em Serra Leoa, os seis milhões de habitantes foram proibidos de sair de suas casas nos últimos três dias.

O balanço de cadáveres encontrados e de casos detectados durante o confinamento se limita à capital Freetown e aos seus arredores.

Os resultados para todo o país podem aumentar consideravelmente os números gerais, indicaram nesta segunda-feira as autoridades.

O ministr da Saúde, Salud Abubakarr Fofanah, explicou à AFP que cerca de 30.000 voluntários visitaram 80% dos lares, comemorando o "êxito" da operação de confinamento.

Na Espanha, o missionário católico Manuel García Viejo, de 69 anos, chegou na madrugada desta segunda-feira a Madri, procedente de Serra Leoa, em um avião-ambulância e foi imediatamente transferido ao hospital Carlos III.

O missionário encontra-se no momento em uma situação grave, informou o hospital.

García Viejo, especializado em medicina tropical, membro da Ordem Hospitalar de 'San Juan de Dios', instalada na África há 30 anos, dirigia em Serra Leoa o hospital da cidade de Lunsar.

O religioso é o segundo caso de um espanhol infectado com esta doença desde o início da epidemia.

Em agosto, o também religioso Miguel Pajares, de 75 anos, morreu de ebola depois de ser transferido a Madri.

Faltam leitos

Já a Libéria anunciou que vai aumentar o número de leitos dos 250 atuais para 1.000, para tratar os doentes em Monróvia, a capital, praticamente com o sistema de saúde em colapso.

No condado de Montserrado (oeste), que inclui Monróvia, a OMS informou que são necessários urgentemente 1.000 leitos para os doentes da epidemia do vírus do ebola na África ocidental, a mais grave desde que foi identificada em 1976.

Um segundo grupo de militares americanos chegou no domingo à Libéria como parte de uma missão de 3.000 soldados destinada a ajudar os serviços de saúde do país.

Na Nigéria, onde o vírus matou oito pessoas de 20 casos confirmados, foi confirmado para esta segunda-feira o retorno às aulas após férias prolongadas devido ao ebola, mas o sindicato majoritário de professores está preocupado com os riscos de propagação do vírus nas instituições de ensino.

De fato, a epidemia preocupa o mundo inteiro. A Índia anunciou o adiamento da 3ª Cúpula Índia-África prevista em Nova Délhi em dezembro, que contaria com a participação de 50 países africanos.

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