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Será difícil delimitar território jihadista, diz Damasco

O governo sírio aceitou o cessar-fogo, que não contempla a cessação das hostilidades em relação com os grupos jihadistas EI e Frente al Nusra


	Terrorismo: "A última coisa que queremos é a continuação da guerra na Síria. O governo quer o fim da guerra"
 (Reuters)

Terrorismo: "A última coisa que queremos é a continuação da guerra na Síria. O governo quer o fim da guerra" (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 14h01.

Moscou - A conselheira presidencial síria, Bouthania Shaaban, advertiu nesta quarta-feira que será muito difícil delimitar o território sob controle dos grupos jihadistas no marco do acordo de cessar-fogo assinado pela Rússia e Estados Unidos.

"Sendo sincera, será muito difícil", disse à imprensa local Shaaban, que descreveu dito acordo como "o primeiro passo" para conseguir o fim da guerra na Síria.

Shaaban, que chegou hoje a Moscou, ressaltou que o governo sírio "aceitou imediatamente" o acordo, que não contempla a cessação das hostilidades em relação com os grupos jihadistas Estado Islâmico (EI) e Frente al Nusra.

"A última coisa que queremos é a continuação da guerra na Síria. O governo quer o fim da guerra. E o acordo entre Rússia e Estados Unidos é o primeiro passo nesse caminho", afirmou.

Ao mesmo tempo, Shaaban insistiu que o povo sírio nunca aceitará a divisão do país e lembrou que a integridade territorial da Síria está estipulada na resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU.

Precisamente, um dos pontos do acordo russo-americano é a delimitação do território sob controle do EI, da Frente al Nusra e do resto de grupos catalogados como terroristas por Nações Unidas

O Ministério da Defesa russo informou hoje que a linha direta aberta por Moscou já recebeu mais de uma dezena de chamadas de grupos interessados em secundar o cessar-fogo.

A respeito, o porta-voz militar russo, general Igor Konashenkov, garantiu que "a intensidade dos ataques da aviação russa reduziu consideravelmente" precisamente naqueles lugares onde as autoridades e os grupos armados manifestaram a intenção de somar-se ao cessar-fogo.

Quanto aos territórios dominados pelos jihadistas, Shaaban ressaltou que os aviões russos seguem e seguirão bombardeando as posições inimigas.

Segundo o acordo, os grupos rebeldes sírios têm até o meio-dia do 26 de fevereiro para secundar o cessar-fogo, que entrará em vigor na meia-noite do dia 27.

Em uma conversa telefônica com o presidente russo, Vladimir Putin, seu colega sírio, Bashar al-Assad, confirmou hoje a disposição de Damasco a cumprir com o estipulado pela Rússia e EUA.

"Assad qualificou as propostas contidas no documento como um passo importante na direção de uma regulação político", informou o Kremlin.

Recentemente, a Rússia criticou Assad por duvidar da possível implementação de um cessar-fogo e de sua intenção de seguir combatendo até conseguir a vitória final.

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