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Sequestradas pelo Boko Haram foram usadas em combates

Entidade de direitos humanos Human Rights Watch entrevistou ex-reféns dos militantes, que descreveram os abusos físicos e psicológicos que sofreram

Boko Haram: relatório cobre ataques repetidos e sequestros de supostos insurgentes do grupo (Quentin Leboucher/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 11h32.

Londres - Mulheres e meninas sequestradas pelo grupo militante islâmico Boko Haram na Nigéria foram usadas em operações de combate, forçadas a atrair homens para emboscadas e a se casarem com seus captores, informou um relatório divulgado nesta segunda-feira.

A entidade de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) entrevistou ex-reféns dos militantes, que descreveram os abusos físicos e psicológicos que sofreram, inclusive espancamentos e estupros.

O relatório cobre ataques repetidos e sequestros de supostos insurgentes do Boko Haram, apesar de o governo ter afirmado que acertou um cessar-fogo com os rebeldes para garantir a libertação de mais de 200 alunas raptadas em abril.

A HRW conversou com 46 vítimas e testemunhas dos sequestros do Boko Haram, incluindo algumas alunas que escaparam do rapto na escola secundária de Chibok, no nordeste nigeriano.

Uma das vítimas contou ao HRW como foi forçada a se deitar no mato e segurar balas enquanto os militantes combatiam.

“Quando as forças de segurança chegaram ao local e começaram a atirar contra nós, fiquei assustada e caí. Os insurgentes me arrastaram pelo chão enquanto fugiam de volta ao seu campo”, disse a jovem de 19 anos.

Em outra operação, ela recebeu ordens de abordar um grupo de cinco homens e atrai-los para onde os militantes do Boko Haram se escondiam.

Eles emboscaram os homens, amarraram-nos e cortaram a garganta de quatro deles antes de dar a faca à garota e mandar que ela matasse o quinto homem, diz o relatório.

“Eu tremia de pavor e não consegui. A esposa do líder do campo pegou a faca e o matou”, declarou ela à entidade.

Os rebeldes do Boko Haram sequestraram mulheres e garotas em muitos de seus ataques. As vítimas com as quais a HRW conversou ficaram detidas entre dois dias e três meses depois de serem levadas de seus vilarejos enquanto trabalhavam nas fazendas, buscavam água ou iam para a escola.

Muitas delas relataram como foram atacadas, estupradas e obrigadas a se casar com os militantes depois de serem convertidas à força ao islamismo.

O Boko Haram, cujo nome pode ser traduzido aproximadamente como “a educação ocidental é um pecado”, já matou milhares em sua batalha para fundar um Estado islâmico na Nigéria, país de grande variedade religiosa.

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A entidade de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) entrevistou ex-reféns dos militantes, que descreveram os abusos físicos e psicológicos que sofreram, inclusive espancamentos e estupros.

O relatório cobre ataques repetidos e sequestros de supostos insurgentes do Boko Haram, apesar de o governo ter afirmado que acertou um cessar-fogo com os rebeldes para garantir a libertação de mais de 200 alunas raptadas em abril.

A HRW conversou com 46 vítimas e testemunhas dos sequestros do Boko Haram, incluindo algumas alunas que escaparam do rapto na escola secundária de Chibok, no nordeste nigeriano.

Uma das vítimas contou ao HRW como foi forçada a se deitar no mato e segurar balas enquanto os militantes combatiam.

“Quando as forças de segurança chegaram ao local e começaram a atirar contra nós, fiquei assustada e caí. Os insurgentes me arrastaram pelo chão enquanto fugiam de volta ao seu campo”, disse a jovem de 19 anos.

Em outra operação, ela recebeu ordens de abordar um grupo de cinco homens e atrai-los para onde os militantes do Boko Haram se escondiam.

Eles emboscaram os homens, amarraram-nos e cortaram a garganta de quatro deles antes de dar a faca à garota e mandar que ela matasse o quinto homem, diz o relatório.

“Eu tremia de pavor e não consegui. A esposa do líder do campo pegou a faca e o matou”, declarou ela à entidade.

Os rebeldes do Boko Haram sequestraram mulheres e garotas em muitos de seus ataques. As vítimas com as quais a HRW conversou ficaram detidas entre dois dias e três meses depois de serem levadas de seus vilarejos enquanto trabalhavam nas fazendas, buscavam água ou iam para a escola.

Muitas delas relataram como foram atacadas, estupradas e obrigadas a se casar com os militantes depois de serem convertidas à força ao islamismo.

O Boko Haram, cujo nome pode ser traduzido aproximadamente como “a educação ocidental é um pecado”, já matou milhares em sua batalha para fundar um Estado islâmico na Nigéria, país de grande variedade religiosa.

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