Senadores chilenos apresentam projeto para legalizar maconha
''Do ponto de vista científico e de saúde não existem argumentos para dizer porquê há drogas consideradas lícitas'', argumentou Rossi
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2012 às 20h54.
Santiago do Chile - Dois senadores chilenos apresentaram nesta quarta-feira um projeto que legaliza o cultivo de maconha para consumo pessoal e com fins terapêuticos, além de descriminalizar o porte de pequenas quantidades da droga para uso individual.
Trata-se do senador socialista Fulvio Rossi, que recentemente admitiu ser consumidor ocasional de maconha, e de Ricardo Lagos Weber, filho do ex-presidente chileno Ricardo Lagos e integrante Partido pela Democracia (PPD).
''Do ponto de vista científico e de saúde não existem argumentos para dizer porquê há drogas consideradas lícitas, como o tabaco e o álcool, e drogas ilícitas, como a maconha'', argumentou Rossi, que é médico de profissão.
''Nenhuma droga é segura, o que não justifica que uma tenha status diferente da outra'', disse o senador, que acha que ''o enfoque proibicionista, que criminaliza o consumidor responsável, adulto, possibilita a existência do mercado negro, do tráfico''.
Lagos Weber, por sua vez, afirmou que quando se permite o cultivo para consumo pessoal ''se elimina a compra ilegal, o narcotráfico, e se reduz o negócio dos narcotraficantes''.
O projeto não especifica a quantidade que uma pessoa poderia cultivar para seu consumo ou para fins terapêuticos, o que segundo Lagos Weber deve ser discutido durante a tramitação legislativa.
A proposta afirma que ''estará isento de responsabilidade penal a pessoa que cultive em seu domicílio espécies do gênero cannabis sativa, sempre que seja para seu consumo pessoal e/ou uso terapêutico''.
''Do mesmo modo estarão isentos de responsabilidade penal quem transportar uma quantidade definida de cannabis sativa. Um regulamento determinará essa quantidade'', acrescentou.
O senador democrata-cristão Jorge Pizarro quer discutir o projeto ''sem preconceitos de nenhum tipo'', mas alertou que seria complexo definir os limites das quantidades permitidas, concordando que ''a proibição produz hoje um negócio altamente rentável'' e que poderia ser combatido.
''É bom revisar o que estamos fazendo em toda a política de controle de drogas, tráfico e consumo'', acrescentou Pizarro, para quem ''este é um debate do qual não se deve fugir e que vai ser interessante''.
Na direita governista, o senador Jaime Orpis, da União Democrata Independente (UDI), condenou a iniciativa, que segundo ele ''promove o consumo de maconha''.
''Se a grande tarefa do Chile é reduzir o consumo, é uma contradição apresentar uma iniciativa que vai aumentá-lo'', defendeu, manifestando a esperança de que o projeto seja rejeitado ''de forma categórica''.
Para Silvio Rossi, neste tema ''há muito preconceito, e também uma espécie de autoritarismo moral, onde um grupo da sociedade pretende se firmar como autoridade moral e impor suas crenças, sua visão de mundo e muitas vezes seus próprios temores''.
Santiago do Chile - Dois senadores chilenos apresentaram nesta quarta-feira um projeto que legaliza o cultivo de maconha para consumo pessoal e com fins terapêuticos, além de descriminalizar o porte de pequenas quantidades da droga para uso individual.
Trata-se do senador socialista Fulvio Rossi, que recentemente admitiu ser consumidor ocasional de maconha, e de Ricardo Lagos Weber, filho do ex-presidente chileno Ricardo Lagos e integrante Partido pela Democracia (PPD).
''Do ponto de vista científico e de saúde não existem argumentos para dizer porquê há drogas consideradas lícitas, como o tabaco e o álcool, e drogas ilícitas, como a maconha'', argumentou Rossi, que é médico de profissão.
''Nenhuma droga é segura, o que não justifica que uma tenha status diferente da outra'', disse o senador, que acha que ''o enfoque proibicionista, que criminaliza o consumidor responsável, adulto, possibilita a existência do mercado negro, do tráfico''.
Lagos Weber, por sua vez, afirmou que quando se permite o cultivo para consumo pessoal ''se elimina a compra ilegal, o narcotráfico, e se reduz o negócio dos narcotraficantes''.
O projeto não especifica a quantidade que uma pessoa poderia cultivar para seu consumo ou para fins terapêuticos, o que segundo Lagos Weber deve ser discutido durante a tramitação legislativa.
A proposta afirma que ''estará isento de responsabilidade penal a pessoa que cultive em seu domicílio espécies do gênero cannabis sativa, sempre que seja para seu consumo pessoal e/ou uso terapêutico''.
''Do mesmo modo estarão isentos de responsabilidade penal quem transportar uma quantidade definida de cannabis sativa. Um regulamento determinará essa quantidade'', acrescentou.
O senador democrata-cristão Jorge Pizarro quer discutir o projeto ''sem preconceitos de nenhum tipo'', mas alertou que seria complexo definir os limites das quantidades permitidas, concordando que ''a proibição produz hoje um negócio altamente rentável'' e que poderia ser combatido.
''É bom revisar o que estamos fazendo em toda a política de controle de drogas, tráfico e consumo'', acrescentou Pizarro, para quem ''este é um debate do qual não se deve fugir e que vai ser interessante''.
Na direita governista, o senador Jaime Orpis, da União Democrata Independente (UDI), condenou a iniciativa, que segundo ele ''promove o consumo de maconha''.
''Se a grande tarefa do Chile é reduzir o consumo, é uma contradição apresentar uma iniciativa que vai aumentá-lo'', defendeu, manifestando a esperança de que o projeto seja rejeitado ''de forma categórica''.
Para Silvio Rossi, neste tema ''há muito preconceito, e também uma espécie de autoritarismo moral, onde um grupo da sociedade pretende se firmar como autoridade moral e impor suas crenças, sua visão de mundo e muitas vezes seus próprios temores''.