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Senado dos EUA busca sanções para lidar com crise na Venezuela

Medida chega no momento em que a comunidade internacional mostra dificuldade para reagir à profunda crise econômica e aos protestos no país sul-americano

Senado dos EUA: autoridades norte-americanas vêm relutando para se expressar de forma muito explícita sobre a Venezuela (Tim Sloan/AFP)

Senado dos EUA: autoridades norte-americanas vêm relutando para se expressar de forma muito explícita sobre a Venezuela (Tim Sloan/AFP)

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Reuters

Publicado em 3 de maio de 2017 às 10h32.

Washington - Um grupo influente de senadores republicanos e democratas dos Estados Unidos irá propor nesta quarta-feira uma legislação abrangente para tratar da crise na Venezuela, incluindo sanções a indivíduos considerados responsáveis por minar a democracia ou envolvidos em corrupção, disseram assessores do Senado.

O projeto de lei irá disponibilizar 10 milhões de dólares em ajuda humanitária ao país em dificuldade, solicitar que o Departamento de Estado norte-americano coordene um esforço regional para amenizar a crise e pedir que a inteligência dos Estados Unidos informe sobre a ligação de autoridades do governo da Venezuela com a corrupção e o tráfico de drogas, de acordo com uma cópia vista pela Reuters.

O projeto de lei também pede que o presidente dos EUA, Donald Trump, tome todas as medidas necessárias para evitar que a Rosneft, estatal petroleira da Rússia, adquira o controle de qualquer infraestrutura de energia dos EUA.

A Rosneft vem ganhando terreno na Venezuela porque o país está carente de divisas. No ano passado a estatal petroleira venezuelana PDVSA usou 49,9 por cento de suas ações em sua subsidiária norte-americana, Citgo, como garantia para um financiamento de empréstimo da Rosneft.

No total, a Rosneft emprestou à PDVSA entre 4 e 5 bilhões de dólares.

A medida chega no momento em que a comunidade internacional mostra dificuldade para reagir à profunda crise econômica e aos protestos de rua no país sul-americano, que é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Cerca de 30 pessoas foram mortas, mais de 400 ficaram feridas e centenas mais foram presas desde que as manifestações contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ganharam ímpeto em abril, em meio a uma escassez grave de alimentos e remédios, uma recessão intensa e uma hiperinflação.

Na terça-feira, a oposição bloqueou ruas da capital, Caracas, em repúdio à decisão de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte, o que críticos dizem ser uma tentativa velada de se manter no poder evitando eleições.

Assessores do Senado dos EUA disseram que o projeto de lei pretende reagir à crise trabalhando com países das Américas e com organizações internacionais, e não unilateralmente, ao mesmo tempo em que visa algumas das causas centrais da crise e defende os direitos humanos.

As autoridades norte-americanas vêm relutando para se expressar de forma muito explícita sobre a Venezuela, cujos líderes acusam Washington de ser a verdadeira força por trás da oposição ao governo de esquerda do país.

A nova legislação pretende transformar em lei sanções impostas por um decreto do ex-presidente Barack Obama visando indivíduos responsáveis por "minar a governança democrática" ou implicados em corrupção.

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