Senado confirma polêmico indicado de Trump para meio ambiente
Com a confirmação de Pruitt, os EUA devem promover uma desregulação federal de normas de proteção do meio ambiente
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 18h22.
Washington - O Senado confirmou nesta sexta-feira o polêmico indicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , para comandar a Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA), Scott Pruitt, um cético da mudança climática.
Apesar das tentativas dos democratas de adiar a sessão, Pruitt foi confirmado no cargo graças a maioria republicana, com 52 votos a favor e 46 contrários.
Dois senadores democratas, Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, e Heidi Heitkamp, de Dakota do Norte, apoiaram a escolha de Trump. Já Susan Collins, do partido do presidente e senadora pelo Maine, preferiu votar contra o indicado.
Machin e Heitkamp pensaram em suas bases eleitorais. A Virgínia Ocidental e a Dakota do Norte são dois estados com uma forte dependência da mineração e da indústria petrolífera, respectivamente, atividades que podem sofrer com ações da EPA.
Com a confirmação de Pruitt, procurador-geral de Oklahoma até então, os EUA devem promover uma desregulação federal de normas de proteção do meio ambiente e reverter as agressivas políticas de defesa contra a mudança climática promovidas por Barack Obama.
Os democratas tentaram atrasar a votação em dez dias para esperar a divulgação dos e-mails trocados por Pruitt com grupos de representantes da indústria petrolífera e da mineração, mas não houve apoios necessários entre os senadores. As mensagens serão divulgadas apenas na próxima terça-feira.
Pruitt, de 48 anos, foi muito criticado pelos democratas pelos vínculos com as petroleiras e o ceticismo em relação aos efeitos provocados pela mudança climática.
Na audiência de confirmação hoje, ele admitiu que a atividade humana tem impactos sobre o clima do planeta, mas levantou dúvidas sobre a capacidade de medir o alcance dessa influência.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, criticou a atitude da oposição democrata como uma "obstrução verdadeiramente histórica, sem precedentes e prejudicial", celebrando que Pruitt possa enfim começar o trabalho à frente da EPA.