Mundo

EUA: Mulher que acusa indicado à Suprema Corte de abuso vai ao Senado

Além das acusações de Christine Ford, mais duas mulheres acusaram Brett Kavanaugh de violência sexual

SENADO AMERICANO: Ford e Kavanaugh estarão frente a frente durante audiência (Jim Bourg/Reuters)

SENADO AMERICANO: Ford e Kavanaugh estarão frente a frente durante audiência (Jim Bourg/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 09h05.

Última atualização em 27 de setembro de 2018 às 09h24.

O Comitê Judicial do Senado dos Estados Unidos (EUA) ouve hoje (27) o testemunho de Christine Ford, a professora universitária que acusa o juiz Brett Kavanaugh de assédio sexual e violência física durante o ensino médio. Os dois estarão frente a frente em uma audiência. Além das acusações dela, mais duas mulheres o acusaram de violência sexual.

Na semana passada, a história de Christine foi destaque de uma reportagem do jornal The Washington Post.

Ela afirma que quando ambos estavam no ensino médio, durante uma festa, ele teria tapado sua boca e tentado tirar sua roupa.

Kavanaugh nega que tenha tentado violentá-la mas, depois da primeira denúncia, mais duas mulheres o acusaram de tentativa de estupro e violência.

A segunda acusação é de Deborah Ramirez, em artigo publicado pelo jornal The New Yorker. Ela contou que nos tempos da faculdade, Kavanaugh estava bêbado, quando teria tirado a roupa dela, durante uma festa em uma residência de estudantes, colocado o pênis em seu rosto, além de fazer com que o tocasse, sem seu consentimento.

Nessa quarta-feira (26), outra mulher acusou o juiz. Julie Swetnick, 55 anos, divulgou um comunicado no Twitter, por meio de seu advogado. Ela relatou ter visto Brett Kavanaugh ter condutas "muito inapropriadas" com outras mulheres, em festas na década de 1980.

Julie não afirmou explicitamente ter sido estuprada por Kavanaugh, mas disse que ele estava em uma festa em que ela sofreu um estupro coletivo. Acrescentou que ele bebia muito e tinha um comportamento fisicamente agressivo em relação às mulheres.

No comunicado publicado pelo advogado Michael Avenatti, Julie também afirmou que Kavanaugh tinha o costume de colocar "drogas" nas bebidas das colegas, alegando que assim poderia deixá-las mais "desinibidas".Repercussão

O juiz negou as três acusações, enquanto o presidente Donald Trump voltou a defendê-lo, durante entrevista coletiva ontem, em Nova York. Trump reafirmou que Brett Kavanaugh é a melhor pessoa que já conheceu e insinuou que as mulheres poderiam estar mentindo.

"Vocês sabem", disse aos jornalistas. "Eu também já fui alvo de muitas falsas acusações. Isso é normal quando você é uma figura pública", comentou.

Trump também foi acusado por várias mulheres de assédio e abuso sexual e negou todas as acusações.

Entretanto, com relação às denúncias contra Kavanaugh, admitiu que poderia "mudar de ideia" após ouvir os testemunhos das mulheres que o acusam. "É possível que isso aconteça, as mulheres podem ser convincentes", afirmou.Batalha política

A nomeação de Kavanaugh vem sendo combatida pelos democratas, que veem seu nome como uma ameaça ao equilíbrio das forças entre democratas e republicanos na Suprema Corte. Para ser nomeado, ele precisa ter o nome confirmado em votação no Senado.

Kavanaugh foi indicado por Trump para substituir o juiz conservador Anthony Kennedy, que anunciou a aposentadoria. Kennedy era considerado o voto de equilíbrio na corte, votando junto com os liberais em alguns momentos, como por exemplo, na decisão que legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Acompanhe tudo sobre:Assédio sexualDonald TrumpEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Governo de Milei fará exame de aptidão em 40 mil funcionários públicos e demitirá quem for reprovado

Bombardeios israelenses em Beirute deixam 22 mortos e 117 feridos

Melinda Gates anuncia US$250 milhões para saúde feminina no mundo

Biden diz ser cedo para estimar impacto do furacão Milton e critica Trump