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Sem política do filho único, natalidade chinesa sobe 5,7% em 2016

O número de nascimentos é o maior registrada pela China no século

Crianças: todos os casais da China estão autorizados a ter dois filhos (Kevin Frayer/Getty Images)

Crianças: todos os casais da China estão autorizados a ter dois filhos (Kevin Frayer/Getty Images)

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EFE

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 08h41.

Pequim - A China vai terminar o ano de 2016, primeiro no qual se permite a todas as famílias chinesas ter dois filhos após três décadas de "política do filho único", com 17,5 milhões de nascimentos, 5,7% mais que os 16,55 milhões de 2015, informou hoje o jornal oficial "Global Times".

O número demonstra um "crescimento estável" da natalidade após o relaxamento das políticas demográficas, e está cumprindo com as expectativas, segundo responsáveis da Comissão de Saúde e Planejamento Pessoal que esta semana se reuniram para analisar os primeiros efeitos destas reformas.

O número de nascimentos é o maior registrada pela China no século, já que só tinha superado levemente os 17 milhões em 2001 e em todos os anos seguintes se tinha movimentado entre os 15 e 16 milhões, alcançando o mínimo (15,84 milhões) há exatamente uma década, em 2006.

Desde o dia 1º de janeiro deste ano, todos os casais da China estão autorizados a ter dois filhos, culminando um relaxamento da política de controle demográfico que já tinha sido iniciado em 2013, quando se permitiu ter dois filhos a casais nos quais um dos cônjuges não tivesse irmãos .

Segundo números anteriores publicados em outubro, 44% dos bebês que nasceram na China durante a primeira metade deste ano já são os segundos filhos de casais do país, um aumento de 6,9 pontos em relação ao ano de 2015 e de 16,7 pontos a respeito do começo desta década.

Em algumas regiões do país, especialmente as principais cidades, a proporção de segundos filhos no total de nascimentos já superava 50%.

Os demógrafos esperam que permitir dois filhos por casal na China aumente em 30 milhões a população ativa nacional por volta de 2050.

Também se prevê que a China alcance seu teto máximo de população em 2029, dois anos mais tarde do que se tivesse mantido a política do filho único, e que a população do país se mantenha estável em torno dos 1,380 bilhão de habitantes (em vez de 1,2 bilhão calculados se não tivesse havido mudanças).

A China iniciou a política do filho único no final dos anos 70 para conter sua superpopulação, mas decidiu reverter progressivamente esta medida de controle devido ao envelhecimento que está sofrendo sua pirâmide demográfica, que põe em perigo sua estabilidade econômica e a rede de seguridade social que tenta universalizar.

Alguns especialistas sugeriram que o atual relaxamento que permite ter dois filhos não vai bastar para frear esse envelhecimento populacional, e sugerem dar inteira liberdade às famílias para ter todos os filhos que desejarem.

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