Mundo

Sem distribuição igualitária de vacina, recuperação econômica será lenta, diz OMS

"A pandemia não vai acabar em lugar algum se ela não terminar no mundo todo", disse o diretor da OMS durante coletiva de imprensa

OMS: o dirigente da instituição também defendeu que governos distribuam corretamente as doses disponíveis enquanto os imunizantes forem "recursos limitados" (Paul Biris/Getty Images)

OMS: o dirigente da instituição também defendeu que governos distribuam corretamente as doses disponíveis enquanto os imunizantes forem "recursos limitados" (Paul Biris/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de janeiro de 2021 às 16h12.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou nesta sexta-feira, 29, que uma das consequências graves da distribuição desigual de vacinas para a covid-19, com doses concentradas em países desenvolvidos, seria uma recuperação econômica lenta, à medida em que a crise sanitária também se estenderia.

"A pandemia não vai acabar em lugar algum se ela não terminar no mundo todo. Não podemos desperdiçar a oportunidade de acabá-la por meio das vacinas", disse Tedros, durante coletiva de imprensa da OMS nesta sexta-feira.

O dirigente da instituição também defendeu que governos distribuam corretamente as doses disponíveis enquanto os imunizantes forem "recursos limitados", priorizando os agentes de saúde que trabalham na linha de frente do combate à covid-19.

Entrega de vacinas não será no ritmo esperado por farmacêuticas

A distribuição global de vacinas para a covid-19 deve ocorrer de forma mais lenta do que o projetado pelas farmacêuticas que as desenvolveram, à medida que as empresas esbarram em dificuldades na produção que já afetam o nível de suprimento acordado com países e blocos, segundo afirmou o consultor sênior da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bruce Aylward, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 29.

Ele disse que os acordos feitos com as companhias no âmbito da iniciativa Covax são "seguros", e a questão recai sobre a capacidade produtiva das desenvolvedoras e fabricantes.

A cientista-chefe da OMS, Sumya Swaminathan, que também participou da coletiva, disse que a entidade deve distribuir as primeiras doses da vacina desenvolvida por Pfizer e BioNTech por meio da Covax em cerca de duas semanas.

Ela também informou que a OMS espera receber as primeiras doses do imunizante da AstraZeneca em breve.

Segundo a diretora de acesso a medicamentos da entidade multilateral, Mariângela Simão, as vacinas da AstraZeneca e da Sinopharm estão em fase final de avaliação pela OMS e devem ser aprovadas para uso emergencial em pouco tempo.

Simão ainda alertou para as tentativas de empresas de iniciativas privadas ao redor do mundo de fechar acordos com as farmacêuticas para receber doses das vacinas.

Segundo a diretora, este é um movimento contraproducente aos esforços de vacinação em massa que deve "parar" o mais rápido possível.

Viagens internacionais estão mais seguras após restrições

Para o diretor executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, os esforços feitos por companhias do setor aéreo e aeroportos reduziram os riscos de infecção por covid-19 ligados a viagens internacionais. Ryan alertou, porém, para a preocupação de países que tem menores taxas de transmissibilidade do vírus com as novas cepas do Sars-Cov-2.

Contudo, o diretor executivo argumentou que os governos que decidiram adotar as medidas de segurança devem "prover as condições adequadas" aos viajantes que chegarem ao país, como acomodações para que o isolamento obrigatório seja cumprido.

A epidemiologista responsável pela resposta da OMS à pandemia de covid-19, Maria Van Kerkhove, disse que é necessário seguir combatendo o vírus para que o surgimento de novas variantes seja evitado.

Acompanhe tudo sobre:economia-internacionalOMS (Organização Mundial da Saúde)vacina contra coronavírusVacinas

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia