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Sem acordo, conversas de paz do Sudão do Sul são suspensas

Negociações de paz, auspiciadas pelo organismo regional, se iniciaram em janeiro de 2014 sem que ainda tenham ocorrido avanços significativos


	Carro da missão das Nações Unidas no Sudão do Sul: negociações de paz, auspiciadas pelo organismo regional, se iniciaram em janeiro de 2014 sem que ainda tenham ocorrido avanços significativos
 (Ali Ngethi/AFP)

Carro da missão das Nações Unidas no Sudão do Sul: negociações de paz, auspiciadas pelo organismo regional, se iniciaram em janeiro de 2014 sem que ainda tenham ocorrido avanços significativos (Ali Ngethi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2015 às 14h24.

Adis-Abeba - As conversas de paz para terminar com o conflito do Sudão do Sul voltaram a ser suspensas nesta sexta-feira depois que o presidente do país, Salva Kiir, e o ex-vice-presidente e líder rebelde, Riek Machar, não chegaram a um acordo, informaram fontes da negociação.

"Lamento comunicar-vos que as conversas não avançaram tanto como se esperava", explicou o primeiro-ministro da Etiópia e presidente da Autoridade Intergovernamental de Desenvolvimento (Igad, em inglês), Hailemariam Desalegn, em mensagem dirigida ao povo do Sudão do Sul.

As negociações de paz, auspiciadas pelo organismo regional que é dirigido por Desalegn, se iniciaram em janeiro de 2014 sem que ainda tenham ocorrido avanços significativos, já que todos os acordos de cessar-fogo que foram alcançados foram quebradosm em pouco tempo, às vezes inclusive em poucas horas.

Ambos líderes tinham até ontem como prazo para chegar a um acordo e cumprir com os compromissos adotados em reunião realizada em Arusha ( Tanzânia ) no começo do mês de fevereiro, na qual foram estabelecidas as bases para voltar ao status quo prévio à explosão do conflito, em dezembro de 2013.

Tanto Kiir como Machar tinham recebido advertências por parte da Igad e do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que ameaçou impor sanções aos líderes de ambos os grupos se não chegassem a um acordo para pôr fim a um conflito.

Os principais empecilhos para as negociações são a repartição equitativa de poder entre as duas facções -que representam os nuer e os dinka, as duas tribos majoritárias do país- e a composição do Exército, também de acordo com a etnia dos soldados.

O novo fracasso fez com que Igad colocasse um novo enfoque que, apesar de não ter sido publicado, implicará em uma maior pressão sobre os dois líderes, já que "não se pode esperar que os mesmos métodos produzam diferentes resultados", como reconheceu Desalegn.

A nova data que deve ser o mês de julho.

Desde dezembro de 2013, milhares de pessoas morreram e cerca de dois milhões fugiram de seus lares em consequência de um conflito que começou como uma disputa política entre Kiir e Machar mas que, em pouco tempo, se transformou em uma guerra civil.

Até agora, os dois líderes sul-sudaneses mantiveram várias reuniões e assinaram acordos de cessar-fogo, mas nenhum prosperou.

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