Seif al Islam, filho primogênito de Kadafi, é preso
Algumas fontes, porém, anunciam sua morte
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2011 às 13h35.
Redação Central - Seif al Islam, o filho primogênito de Muammar Kadafi e segundo de seus oito descendentes, foi preso nesta sexta-feira na cidade de Zliten, apesar de algumas fontes anunciarem sua morte.
Seif al Islam ('Espada do Islã' em árabe) é o primogênito da segunda esposa de Muammar Kadafi e segundo de seus oito filhos. Contra ele havia uma ordem de prisão ditada em maio de 2011 pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de lesa-humanidade contra seu povo.
Seif foi presidente da Fundação Kadafi para o Desenvolvimento, dedicada a preservar os direitos humanos e com fins humanitários, criada por seu pai em 1997.
Nasceu em Trípoli em 25 de junho de 1972, e foi designado por seu pai como seu sucessor à frente da Yahamiriya (nome dado por Kadafi à nova República em 1977).
Educado na Áustria, onde estudou Arquitetura, completou sua formação na London School of Economics com um doutorado sobre 'O papel da sociedade civil na democratização das instituições de governança global'.
Em 2000 ficou famoso no cenário internacional ao começar a atuar como mediador na libertação de um grupo de reféns ocidentais, que a organização terrorista islamita Abu Sayyaf mantinha sequestrado na ilha filipina de Jolo.
Logo após ter se tornado presidente da Fundação Kadafi, Seif iniciou sua carreira como mediador na gestão de conflitos, muitos deles relacionados à Líbia, como as indenizações que o Estado líbio concedeu em 2003 às vítimas do atentado de Lockerbie onde morreram 270 pessoas em 1988, e no qual a Líbia estava envolvida.
Coordenou uma operação análoga em 2004 nas negociações que levaram a Líbia a pagar indenizações milionárias às famílias das 160 vítimas do atentado contra a discoteca berlinense 'La Belle' em 1986, de autoria do serviço secreto líbio.
Nesse mesmo ano, também negociou indenizações milionárias com familiares das 170 vítimas do atentado contra o avião da companhia UTA, em 1989, também perpetrado pela Líbia.
Em 2007 Seif foi peça-chave na resolução do caso das enfermeiras búlgaras e do médico palestino que foram condenados à morte por um tribunal líbio, acusados de contaminar com AIDS mais de 400 crianças em um hospital de Benghazi. Seu papel de mediador culminou com a libertação dos condenados.
À frente da Fundação negociou em 2009 com as autoridades escocesas a libertação do principal acusado pelo atentado de Lockerbie, que estava com câncer.
Um ano depois conduziu a operação que levou à libertação de 37 ex-ativistas islâmicos, entre eles o motorista de Bin Laden, preso na Líbia.
Seu papel de moderador, unido à sua gestão em torno do desmantelamento do programa nuclear em 2004, permitiu o retorno da Líbia à comunidade internacional.
Em outubro de 2009 foi nomeado por seu pai coordenador dos comitês populares e sociais, o segundo mais importante do país, com a missão de consolidar as estruturas administrativas.
Durante as revoltas que explodiram na Líbia contra o regime de Kadafi em fevereiro de 2010, Seif desafiou os manifestantes com um possível banho de sangue caso prosseguissem com os protestos que foram fortemente reprimidos pelas forças leais a Kadafi, deixando mais de 10 mil mortos.
Diante desta situação, que em menos de um mês gerou um conflito civil, a Otan empreendeu em março uma intervenção militar para proteger a população civil dos bombardeios do Exército.
Em 16 de maio de 2011, o Tribunal Penal Internacional pediu sua prisão junto com a de seu pai, sob acusações de crimes de lesa-humanidade.
Seif teria sido supostamente capturado pelas forças revolucionárias em 21 de agosto de 2011, mas posteriormente apareceu na imprensa, negando esta detenção.
Depois de seu pai ser retirado do poder, afirmou estar em Sirte e que não se renderia.
Em 20 de outubro de 2011, o Conselho Nacional de Transição (CNT) anunciou a captura e morte de Muammar Kadafi, e nesta sexta-feira os próprios revolucionários garantiram à rede 'Al Arabiya' que Seif havia sido capturado. EFE
Redação Central - Seif al Islam, o filho primogênito de Muammar Kadafi e segundo de seus oito descendentes, foi preso nesta sexta-feira na cidade de Zliten, apesar de algumas fontes anunciarem sua morte.
Seif al Islam ('Espada do Islã' em árabe) é o primogênito da segunda esposa de Muammar Kadafi e segundo de seus oito filhos. Contra ele havia uma ordem de prisão ditada em maio de 2011 pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de lesa-humanidade contra seu povo.
Seif foi presidente da Fundação Kadafi para o Desenvolvimento, dedicada a preservar os direitos humanos e com fins humanitários, criada por seu pai em 1997.
Nasceu em Trípoli em 25 de junho de 1972, e foi designado por seu pai como seu sucessor à frente da Yahamiriya (nome dado por Kadafi à nova República em 1977).
Educado na Áustria, onde estudou Arquitetura, completou sua formação na London School of Economics com um doutorado sobre 'O papel da sociedade civil na democratização das instituições de governança global'.
Em 2000 ficou famoso no cenário internacional ao começar a atuar como mediador na libertação de um grupo de reféns ocidentais, que a organização terrorista islamita Abu Sayyaf mantinha sequestrado na ilha filipina de Jolo.
Logo após ter se tornado presidente da Fundação Kadafi, Seif iniciou sua carreira como mediador na gestão de conflitos, muitos deles relacionados à Líbia, como as indenizações que o Estado líbio concedeu em 2003 às vítimas do atentado de Lockerbie onde morreram 270 pessoas em 1988, e no qual a Líbia estava envolvida.
Coordenou uma operação análoga em 2004 nas negociações que levaram a Líbia a pagar indenizações milionárias às famílias das 160 vítimas do atentado contra a discoteca berlinense 'La Belle' em 1986, de autoria do serviço secreto líbio.
Nesse mesmo ano, também negociou indenizações milionárias com familiares das 170 vítimas do atentado contra o avião da companhia UTA, em 1989, também perpetrado pela Líbia.
Em 2007 Seif foi peça-chave na resolução do caso das enfermeiras búlgaras e do médico palestino que foram condenados à morte por um tribunal líbio, acusados de contaminar com AIDS mais de 400 crianças em um hospital de Benghazi. Seu papel de mediador culminou com a libertação dos condenados.
À frente da Fundação negociou em 2009 com as autoridades escocesas a libertação do principal acusado pelo atentado de Lockerbie, que estava com câncer.
Um ano depois conduziu a operação que levou à libertação de 37 ex-ativistas islâmicos, entre eles o motorista de Bin Laden, preso na Líbia.
Seu papel de moderador, unido à sua gestão em torno do desmantelamento do programa nuclear em 2004, permitiu o retorno da Líbia à comunidade internacional.
Em outubro de 2009 foi nomeado por seu pai coordenador dos comitês populares e sociais, o segundo mais importante do país, com a missão de consolidar as estruturas administrativas.
Durante as revoltas que explodiram na Líbia contra o regime de Kadafi em fevereiro de 2010, Seif desafiou os manifestantes com um possível banho de sangue caso prosseguissem com os protestos que foram fortemente reprimidos pelas forças leais a Kadafi, deixando mais de 10 mil mortos.
Diante desta situação, que em menos de um mês gerou um conflito civil, a Otan empreendeu em março uma intervenção militar para proteger a população civil dos bombardeios do Exército.
Em 16 de maio de 2011, o Tribunal Penal Internacional pediu sua prisão junto com a de seu pai, sob acusações de crimes de lesa-humanidade.
Seif teria sido supostamente capturado pelas forças revolucionárias em 21 de agosto de 2011, mas posteriormente apareceu na imprensa, negando esta detenção.
Depois de seu pai ser retirado do poder, afirmou estar em Sirte e que não se renderia.
Em 20 de outubro de 2011, o Conselho Nacional de Transição (CNT) anunciou a captura e morte de Muammar Kadafi, e nesta sexta-feira os próprios revolucionários garantiram à rede 'Al Arabiya' que Seif havia sido capturado. EFE