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Sarkozy bota crescimento no centro dos debates das eleições

A seis dias do primeiro turno, o socialista François Hollande continua a reforçar sua condição de favorito

Nicolas Sarkozy surpreendeu no domingo ao se pronunciar a favor de uma reforma das missões do Banco Central Europeu (Kenzo Tribouillard/AFP)
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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 10h35.

Paris - Em desvantagem nas pesquisas, o presidente e candidato Nicolas Sarkozy lança um de seus últimos trunfos na campanha presidencial francesa, colocando o crescimento no centro do debate, com o risco de desconcertar seus partidários, mas também aliados alemães.

A seis dias do primeiro turno (22 de abril) de uma eleição na qual o socialista François Hollande reforça dia a dia sua condição de favorito, Nicolas Sarkozy desdenhou nesta segunda-feira das previsões das pesquisas.

"As pesquisas vão e vêm, sabe-se qual é sua credibilidade", declarou, enquanto a imprensa francesa informava sobre as dúvidas crescentes em relação à estratégia do candidato da direita.

No domingo, em um grande comício ao ar livre em Paris, Nicolas Sarkozy surpreendeu ao se pronunciar a favor de uma reforma das missões do Banco Central Europeu (BCE) para reforçar seu papel no apoio ao crescimento da Eurozona.

"Sobre o papel do Banco Central no apoio ao crescimento, vamos abrir um debate e vamos fazer a Europa avançar", disse, ressaltando os "limites das regras" do tratado de Maastricht, que atribui como principal missão do BCE o controle da inflação.

E isso depois de ter denunciado durante semanas o projeto do candidato socialista François Hollande, que quer renegociar o tratado de disciplina orçamentária assinado em março por 25 países europeus a fim de acrescentar ao mesmo um capítulo de apoio ao crescimento.

Suas declarações suscitaram a ironia de Hollande. "Já era a hora de (Sarkozy) chegar à lucidez no fim de seu mandato", declarou o candidato socialista. "Pena que ele tenha esquecido [o crescimento] durante cinco anos", acrescentou.

A declaração de Sarkozy é contrária também ao acordo que fez com a chanceler alemã, Angela Merkel, de não falar publicamente do papel do BCE nos mercados durante a crise, embora deixando-o agir ao mesmo tempo.

A equipe do presidente esclareceu imediatamente depois que Nicolas Sarkozy não se referia a uma reforma dos estatutos do BCE, e sim ao diálogo sobre as taxas de câmbio.

O ministério alemão das Finanças não quis fazer comentários a respeito nesta segunda-feira, como tampouco sobre a polêmica relativa à introdução na Alemanha por uma sociedade de ações de um instrumento especulativo sobre a dívida francesa, cuja anulação foi solicitada por François Hollande às autoridades de Frankfurt.

O discurso de Nicolas Sarkozy reforçava nesta segunda-feira a ideia de um certo desassossego na estratégia do presidente, em desvantagem nas pesquisas, contra um candidato socialista que se vangloria pela constância de suas propostas.

Sarkozy parece estar muito longe de alcançar seu objetivo de ficar em primeiro lugar com ampla vantagem no primeiro turno a fim de criar uma dinâmica para mudar a tendência no segundo turno, previsto para 6 de maio.

Segundo as últimas pesquisas, os dois rivais estariam lado a lado no primeiro turno, com pouco menos de 30%.

Mas no segundo turno Hollande está certo em contar com os eleitores do candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon (13% a 17%) e da ecologista Eva Joly (2% a 3%).

O que não é o caso de Nicolas Sarkozy no que se refere aos eleitores da candidata de extrema direita Marine Le Pen (14% a 16%). Quanto aos eleitores do centrista François Bayrou (10%), seus votos se repartiriam em partes iguais entre Sarkozy e Hollande no segundo turno.

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Paris - Em desvantagem nas pesquisas, o presidente e candidato Nicolas Sarkozy lança um de seus últimos trunfos na campanha presidencial francesa, colocando o crescimento no centro do debate, com o risco de desconcertar seus partidários, mas também aliados alemães.

A seis dias do primeiro turno (22 de abril) de uma eleição na qual o socialista François Hollande reforça dia a dia sua condição de favorito, Nicolas Sarkozy desdenhou nesta segunda-feira das previsões das pesquisas.

"As pesquisas vão e vêm, sabe-se qual é sua credibilidade", declarou, enquanto a imprensa francesa informava sobre as dúvidas crescentes em relação à estratégia do candidato da direita.

No domingo, em um grande comício ao ar livre em Paris, Nicolas Sarkozy surpreendeu ao se pronunciar a favor de uma reforma das missões do Banco Central Europeu (BCE) para reforçar seu papel no apoio ao crescimento da Eurozona.

"Sobre o papel do Banco Central no apoio ao crescimento, vamos abrir um debate e vamos fazer a Europa avançar", disse, ressaltando os "limites das regras" do tratado de Maastricht, que atribui como principal missão do BCE o controle da inflação.

E isso depois de ter denunciado durante semanas o projeto do candidato socialista François Hollande, que quer renegociar o tratado de disciplina orçamentária assinado em março por 25 países europeus a fim de acrescentar ao mesmo um capítulo de apoio ao crescimento.

Suas declarações suscitaram a ironia de Hollande. "Já era a hora de (Sarkozy) chegar à lucidez no fim de seu mandato", declarou o candidato socialista. "Pena que ele tenha esquecido [o crescimento] durante cinco anos", acrescentou.

A declaração de Sarkozy é contrária também ao acordo que fez com a chanceler alemã, Angela Merkel, de não falar publicamente do papel do BCE nos mercados durante a crise, embora deixando-o agir ao mesmo tempo.

A equipe do presidente esclareceu imediatamente depois que Nicolas Sarkozy não se referia a uma reforma dos estatutos do BCE, e sim ao diálogo sobre as taxas de câmbio.

O ministério alemão das Finanças não quis fazer comentários a respeito nesta segunda-feira, como tampouco sobre a polêmica relativa à introdução na Alemanha por uma sociedade de ações de um instrumento especulativo sobre a dívida francesa, cuja anulação foi solicitada por François Hollande às autoridades de Frankfurt.

O discurso de Nicolas Sarkozy reforçava nesta segunda-feira a ideia de um certo desassossego na estratégia do presidente, em desvantagem nas pesquisas, contra um candidato socialista que se vangloria pela constância de suas propostas.

Sarkozy parece estar muito longe de alcançar seu objetivo de ficar em primeiro lugar com ampla vantagem no primeiro turno a fim de criar uma dinâmica para mudar a tendência no segundo turno, previsto para 6 de maio.

Segundo as últimas pesquisas, os dois rivais estariam lado a lado no primeiro turno, com pouco menos de 30%.

Mas no segundo turno Hollande está certo em contar com os eleitores do candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon (13% a 17%) e da ecologista Eva Joly (2% a 3%).

O que não é o caso de Nicolas Sarkozy no que se refere aos eleitores da candidata de extrema direita Marine Le Pen (14% a 16%). Quanto aos eleitores do centrista François Bayrou (10%), seus votos se repartiriam em partes iguais entre Sarkozy e Hollande no segundo turno.

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