A proposta estudada na 64ª reunião da CBI, impulsionada pelo Brasil, Argentina e Uruguai, indica que a caça comercial de baleias seja proibida na área delimitada do Atlântico Sul (Flip Nicklin/Minden Pictures)
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2012 às 21h38.
Panamá - A proibição da caça de baleias no Atlântico Sul é um dos temas principais da reunião anual da Comissão Baleeira Internacional (CBI), iniciada nesta segunda-feira sua 64ª edição no Panamá.
A criação de um santuário de baleias no Atlântico Sul gerou polêmica nos últimos anos na CBI, sem consenso entre os 89 membros da Comissão. De acordo com a informação oficial, a proposta estudada na 64ª reunião da CBI, impulsionada pelo Brasil, Argentina e Uruguai, indica que a caça comercial de baleias seja proibida na área delimitada do Atlântico Sul.
De acordo com os ambientalistas, essa proposta não prosperou porque um pequeno grupo de países liderados pelo Japão impede o alcance de 75% dos votos da plenária, necessário para sua aprovação.
Para o ex-delegado do Brasil na CBI e dirigente da ONG Centro de Conservação Cetácea José Truda é preciso convencer o Japão de que ''uma baleia viva vale mais que uma baleia morta''.
O brasileiro argumentou que a comercialização da carne e gordura desses animais gera menos de US$ 100 milhões anuais aos principais caçadores: Japão, Noruega e Islândia, enquanto a atividade de observação movimentou US$ 2,1 bilhões em 2008 em nível mundial.
Outro projeto na agenda da 64ª reunião da CBI é resolução de Mônaco, que pede para a ONU atuar na conservação das baleias devido à ausência de medidas efetivas para a conservação de cetáceos em alto-mar. Esse documento argumenta que as capturas de cetáceos continuam, inclusive, dentro do Santuário do Oceano Austral.
Além disso, os delegados da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Panamá, México, República Dominicana e Uruguai insistiram no apoio da aprovação e posterior implementação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, proposto pelo Brasil, Argentina e Uruguai''.
''Acho que a região tem que avaliar se quer continuar sendo parte disso ou se devemos ir à ONU exigir algum outro tipo de marco para tratar o tema da conservação das grandes baleias'', disse o investigador brasileiro.