Mundo

Santos pede investigação profunda sobre escândalo da Odebrecht

Santos teve seu nome envolvido nas investigações da Odebrecht após uma acusação de que cerca de US$ 1 milhão teriam sido destinados à sua campanha

Juan Manuel Santos: a procuradoria "carece de provas" se o dinheiro efetivamente entrou na campanha (Reuters/Reuters)

Juan Manuel Santos: a procuradoria "carece de provas" se o dinheiro efetivamente entrou na campanha (Reuters/Reuters)

E

EFE

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 13h55.

Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu nesta quarta-feira ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) uma investigação profunda sobre o suposto pagamento de propina da Odebrecht ao coordenador de sua campanha eleitoral em 2014.

"Solicito ao CNE uma investigação a fundo o mais rápido possível para que toda a verdade sobre o caso Odebrecht seja divulgada", escreveu Santos em sua conta no Twitter, no primeiro pronunciamento sobre o caso.

O procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, disse hoje que o ex-senador Otto Bula, preso por ter recebido propina da Odebrecht, afirmou que parte do dinheiro - cerca de US$ 1 milhão - foi repassada a Roberto Prieto, coordenador da campanha para a reeleição do presidente Santos em 2014.

No entanto, Martínez explicou que a procuradoria "carece de provas" se o dinheiro efetivamente entrou na campanha de Santos e que a investigação caberá ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

"A Procuradoria carece de competência para identificar se eles violaram ou não as normas sobre financiamento eleitoral", ressaltou o procurador-geral, informando que cópias do processo foram enviadas ao CNE para dar sequência às investigações.

O financiamento ilegal atinge também o adversário de Santos nas eleições presidenciais de 2014, Óscar Iván Zuluaga, candidato pelo Centro Democrático, partido do ex-presidente Álvaro Uribe.

Segundo a revista "Veja", parte dos salários do publicitário Duda Mendonça, que assessorou Zuluaga na campanha, foram pagos pela Odebrecht.

A denúncia causou nos últimos dias um cisma político no partido do ex-presidente Álvaro Uribe. A direção nacional do Centro Democrático pediu o início de uma investigação formal sobre o caso, que, segundo Martínez, foi passada ao CNE por ser a "autoridade competente".

"Temos que permitir que o CNE possa tomar uma decisão e, para isso, ele contará com a cooperação da Procuradoria, não só no caso do suposto financiamento da campanha do presidente Santos, mas também para o caso de Zuluaga", concluiu Martínez.

De acordo com o procurador-geral, testemunhas afirmaram que um dos membros da campanha de Zuluaga era o "canal de comunicação" com a Odebrecht.

Acompanhe tudo sobre:ColômbiaCorrupçãoNovonor (ex-Odebrecht)

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal