Juan Manuel Santos: "o empecilho do conflito" acaba a partir de agora (Andrea Comas/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 14h53.
Madri - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta quarta-feira que a reconciliação em seu país começa "agora", mas alertou que fazer a paz "é mais difícil" do que fazer a guerra.
Santos recebeu em Madri o Prêmio Nova Economia Fórum das mãos do presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, que garantiu o apoio de seu país à nova etapa que se inicia na Colômbia.
Em seu discurso de agradecimento, Santos disse que o prêmio é um reconhecimento ao povo colombiano e a seus esforços pela paz.
O líder lembrou todo o processo de negociação com as Farc, tanto os contatos secretos quanto os públicos, e ressaltou que se trata um processo complexo.
O presidente colombiano afirmou que a derrota no referendo de 2 de outubro foi "impensável", mas que a renegociação resultou em um acordo "muito melhor".
Santos, que como ministro da Defesa no governo de Álvaro Uribe combateu a guerrilha, afirmou que "o empecilho do conflito" acaba a partir de agora para dar início ao processo de construção da paz.
Perante um auditório de políticos, diplomatas e empresários no teatro Real de Madri, Santos enumerou os benefícios que a paz pode trazer para a Colômbia, como o aumento de investimentos, a redução da pobreza e melhoras na educação e serviços básicos.
Santos também ressaltou que as autoridades poderão lutar de maneira mais eficaz contra o narcotráfico, não só por se tratar de um problema para a saúde, mas também para melhorar o respeito ao meio ambiente no país.
O presidente colombiano se mostrou satisfeito com o sinal verde da Corte Constitucional à reforma para aplicar o acordo de paz do modo mais fácil e rápido.
Por sua vez, Mariano Rajoy ressaltou que tanto o prêmio dado hoje, como o Nobel da Paz que Santos recebeu na semana passada em Oslo, é um reconhecimento a todos os colombianos.
O Prêmio Nova Economia Fórum é uma instituição de debate que periodicamente reúne representantes do mundo empresarial, político, jornalístico e social.
Em edições anteriores, foram premiados o secretário-geral das Nações Unidas, o sul-coreano Ban Ki-moon; o secretário-geral da OCDE, o mexicano Ángel Gurría, além do ex-presidente Lula.