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Santos acusa Uribe de ter sido muito amigo dos paramilitares

O presidente-candidato da Colômbia, Juan Manuel Santos, acusou seu antecessor Álvaro Uribe de ter sido muito amigo dos paramilitares


	Presidente colombiano Juan Manuel Santos: "Uribe foi muito amigo dos paramilitares"
 (PRESIDENCIA DE COLOMBIA/AFP/Arquivos)

Presidente colombiano Juan Manuel Santos: "Uribe foi muito amigo dos paramilitares" (PRESIDENCIA DE COLOMBIA/AFP/Arquivos)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2014 às 14h51.

Bogotá - O presidente-candidato da Colômbia, Juan Manuel Santos, acusou nesta sexta-feira seu antecessor e opositor Álvaro Uribe de ter sido "muito amigo dos paramilitares" em entrevista na qual também anunciou que o processará se não provar suas acusações sobre financiamento ilegal.

Santos fez essas declarações em uma entrevista à "Caracol Radio" na qual esclareceu algumas de suas afirmações mais polêmicas no debate transmitido pela TV ontem, o primeiro do qual participa em sua campanha pela reeleição no próximo domingo.

Em um questionário, os jornalistas perguntaram a Santos se traiu Uribe, de quem foi ministro e protegido nas eleições de 2010, e o líder respondeu: "Não, eu traí a corrupção, o amiguismo com o paramilitarismo e os grampos (de telefone)".

O presidente-candidato foi questionado hoje na rádio por essa frase e afirmou que "Uribe foi muito amigo dos paramilitares" e que não sabe com toda certeza que vínculos teve com a extrema-direita armada que se desmobilizou parcialmente durante seu governo em 2005.

"O que li nos livros que publicou há algumas semanas (o senador eleito pelo opositor Polo Democrático Alternativo) Ivan Cepeda me deixou bastante surpreso. Há apontamentos que demonstram vínculos além", disse Santos.

Cepeda tem dois livros sobre os supostos vínculos de Uribe com esses grupos, "A las puertas de El Ubérrimo (apelido de Uribe)" (2008) e "Por las sendas de El Ubérrimo" (2014), e fez fortes denúncias que levaram a procuradoria a abrir em janeiro de 2013 uma investigação pelas supostas conexões do ex-presidente com os paramilitares com base em entrevista de chefes desmobilizados à Justiça.

Santos também lembrou que a razão de sua inimizade com Uribe durante seus quatro anos de governo é que não quis "ser seu títere" e desde o começo recebeu "ataques todos os dias" de maneira "impiedosa" porque o ex-mandatário acredita que o traiu.

O atual presidente também disse estar disposto a abrir um processo por injúria e calúnia se Uribe não apresentar provas do suposto financiamento da dívida da campanha santista em 2010 com dinheiro do narcotráfico.

"Claro que sim", disse taxativamente Santos ao ser perguntado por sua disposição a tomar medidas judiciais contra Uribe.

"Isso não pode ficar assim no ar, essa acusação não pode ser impune. Não pode ser, uma pessoa que foi presidente da república por pura estratégia política fazer uma acusação assim e depois não apresentar provas", enfatizou Santos, e disse que está atento porque o advogado de Uribe "já começou a se retratar".

Santos e o candidato do movimento Centro Democrático, Óscar Iván Zuluaga, em empate técnico segundo as últimas enquetes, protagonizaram ontem o momento mais tenso do debate quando o presidente chamou de "marionete" o uribista e esse pediu respeito.

No entanto, os dois candidatos fecharam o debate com um cortês aperto de mãos e com um presente: uma insígnia de pomba da paz que Santos entregou a Zuluaga.

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