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Sanções dos EUA não detêm ataque turco na Síria; aliados da Rússia avançam

Uma semana depois de anunciar a retirada das tropas da Síria, os EUA aplicaram sanções contra a Turquia que realiza uma ofensiva contra curdos

Síria: mais de 160 mil pessoas deixaram a região alvo da ofensiva turca (Stoyan Nenov/Reuters)

Síria: mais de 160 mil pessoas deixaram a região alvo da ofensiva turca (Stoyan Nenov/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de outubro de 2019 às 10h01.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2020 às 21h35.

Ancara/ Washington — A Turquia ignorou as novas sanções dos Estados Unidos e prosseguiu com o ataque no norte da Síria nesta terça-feira, enquanto o Exército sírio entrou em uma das cidades mais disputadas do país com apoio da Rússia, preenchendo um vazio criado pela retirada abrupta de tropas ordenada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Uma semana depois de reverter a política norte-americana e retirar as tropas da Síria, permitindo que a Turquia ataque aliados norte-americanos no norte sírio, Trump anunciou um pacote de sanções para punir a Turquia.

Mas os mercados financeiros desdenharam o anúncio, e os críticos de Trump disseram que as medidas foram fracas demais para causarem impacto. A lira turca inclusive subiu, e os negociadores notaram que Trump poupou os bancos turcos da punição.

A decisão inesperada do presidente dos EUA de retirar a proteção aos curdos da Síria após uma conversa telefônica com seu colega turco, Tayyip Erdogan, uma semana atrás, contrariou rapidamente uma diretriz norte-americana para o Oriente Médio que durava cinco anos, dando liberdade para os adversários de Washington na guerra mais mortífera em curso no mundo.

No domingo, os EUA anunciaram a retirada de toda a sua força de 1 mil soldados. Seus ex-aliados curdos forjaram imediatamente uma nova aliança com o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, convidando o Exército a entrar em cidades em toda a extensão do território sob domínio curdo.

Um dos pontos de atrito mais importantes é a cidade de Manbij, situada a oeste do rio Eufrates, que a Turquia prometeu capturar. A área vinha sendo patrulhada conjuntamente por forças norte-americanas e turcas, conforme um acordo concebido para persuadir a Turquia a não invadir.

As forças sírias apoiadas pela Rússia parecem ter se movido rapidamente para ocupar o espaço deixado pela retirada dos EUA. A televisão estatal transmitiu imagens do que disse serem tropas do governo entrando na cidade nesta terça-feira. Um morador disse à Reuters que os soldados sírios estavam nas redondezas.

Combatentes sírios apoiados por Ancara disseram que continuarão avançando rumo a Manbij e que as tropas que já chegaram são majoritariamente de combatentes curdos hoje aliados a Damasco.

Um operador de câmera da Reuters que estava na fronteira turca relatou bombardeios pesados na manhã desta terça-feira na cidade fronteiriça síria de Ras al Ain.

Críticos de Trump, inclusive veteranos do seu próprio Partido Republicano, classificaram sua decisão como uma traição dos curdos, aliados leais que perderam milhares de combatentes na luta contra o Estado Islâmico com auxílio de Washington.

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