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Saleh reaparece irreconhecível na TV e pede diálogo

Simpatizantes do presidente saíram às ruas após o discurso, para comemorar

Simpatizantes de Saleh nas ruas: presidente foi submetido a 8 cirurgias (Mohammed Huwais/AFP)

Simpatizantes de Saleh nas ruas: presidente foi submetido a 8 cirurgias (Mohammed Huwais/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2011 às 17h33.

Sanaa - O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, reapareceu nesta quinta-feira na televisão oficial iemenita com um aspecto irreconhecível, evidentes sinais de queimaduras e o corpo imobilizado, em seu primeiro discurso após sofrer uma tentativa de assassinato no início de junho.

Em seu breve discurso feito de Riad, onde recebe tratamento médico, Saleh destacou que apoia a participação de todas as forças políticas e o diálogo para sair da crise no Iêmen.

Após o discurso, os simpatizantes do presidente saíram às ruas em várias cidades do Iêmen, como Sana e Taiz, para comemorar, com tiros para o ar e fogos de artifício, que Saleh continue vivo, depois dos rumores sobre sua morte.

Saleh viajou à Arábia Saudita em 4 de junho, um dia após ser ferido em um atentado contra o Palácio Presidencial do Iêmen, em um atentado que matou sete de seus guarda-costas e feriu outros dirigentes do regime.

No país vizinho, foi submetido a oito operações no hospital militar de Riad, segundo ele mesmo disse durante seu discurso.

Em sua primeira aparição após o atentado, Saleh, que vestia uma jellabiya branca (túnica árabe) e um turbante, se mostrou disposto a compartilhar o Governo com a oposição.

O líder iemenita fez um apelo para aqueles que "entenderam erroneamente a democracia", e ressaltou que seu Governo apoia "a liberdade de expressão e as opiniões do outro sempre que seja de maneira responsável".

"Apoiamos o diálogo para alcançar soluções satisfatórias e apoiamos a participação de todas as forças políticas sem que ninguém imponha suas condições ao outro", indicou.

Neste sentido, Saleh deu as boas-vindas a essa participação "dentro do marco da lei e da Constituição baseada no pluripartidarismo".

Em seu discurso, Saleh não fez nenhuma referência à possibilidade de uma transferência do poder, como dizia uma iniciativa dos países do Golfo Pérsico assinada pela oposição iemenita, mas rejeitada pelo presidente.

A proposta do Conselho de Cooperação do Golfo (CGG) estipula uma transferência do poder ao vice-presidente, Abd al Rab Mansur al-Hadi, no prazo de um mês após sua assinatura e a realização de eleições dois meses depois.

O Iêmen é palco de protestos desde o fim de janeiro, nos quais a oposição pede a queda de Saleh e a introdução de reformas políticas no país, o mais pobre da península Arábica.

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