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Ryan descarta versão de Trump sobre "espião" contra campanha em 2016

Presidente da Câmara dos EUA está rompendo com presidente do país ao concordar com aqueles que afirmam não haver evidências de espionagem na campanha

Paul Ryan: republicano concordou com presidente da Comissão de Supervisão e Reforma de Governo da Casa sobre o assunto (Gary Cameron/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de junho de 2018 às 18h06.

Washington - O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Paul Ryan, está rompendo com o presidente do país e colega de partido, Donald Trump , ao concordar com aqueles que afirmam não haver evidências de que o FBI, a polícia federal americana, infiltrou um "espião" na campanha presidencial vencedora em 2016 como parte de um esforço para prejudicar suas chances nas urnas, versão que Trump tem propagado em diversas ocasiões.

Tanto Ryan quanto o presidente da Comissão de Supervisão e Reforma de Governo da Casa, o também republicano Trey Gowdy, compareceram a uma reunião instrutiva em maio após relatos de que o FBI usou um informante em sua investigação sobre interferência da Rússia na eleição americana para falar com membros da campanha de Trump que suspeitava terem possíveis conexões com Moscou. Depois de receber as informações, Gowdy declarou que o FBI estava cumprindo seu dever.

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"Estou ainda mais convencido que o FBI fez exatamente o que meus companheiros cidadãos gostariam que ele fizesse quando ele recebeu a informação que recebeu", disse Gowdy à Fox News na semana passada. "E isso não tem nada a ver com Donald Trump."

Gowdy acrescentou, em uma outra entrevista à CBS, que tais informantes são usados o tempo todo e ressaltou sobre o FBI que, "se eles estivessem na mesa esta manhã, eles diriam a você que a Rússia era o alvo e as intenções da Rússia em relação ao nosso país eram o alvo".

Nesta quarta-feira, Ryan disse a repórteres acreditar que "a avaliação inicial" de Gowdy "é acurada", e que ele não viu "qualquer evidência do contrário" ao dito por Gowdy.

Sob ordens de Trump, o Departamento de Justiça dos EUA conduziu duas reuniões instrutivas para um punhado de membros do Congresso americano após o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, o republicano Devin Nunes, ter solicitado documentos relativos ao informante.

Trump se manifestou repetidamente no Twitter sobre o assunto, alegando que havia um espião do FBI destinado a prejudicar sua campanha à Casa Branca e que isso estava "começando a parecer um dos maiores escândalos políticos na história dos EUA". (Associated Press)

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