Rússia violou integridade territorial da Ucrânia, diz ONU
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas qualificou o caso como a "mais séria crise de segurança global dos últimos anos"
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 13h22.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2022 às 13h36.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, afirmou nesta quarta-feira, 23, que a Rússia "violou a integridade territorial da Ucrânia", pelo fato de que o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência de duas províncias no leste ucraniano. Durante discurso em sessão da Assembleia Geral da ONU para tratar do caso, a autoridade pediu um cessar-fogo entre as partes e que possa haver negociações diplomáticas para resolver o assunto.
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Guterres qualificou o caso como a "mais séria crise de segurança global dos últimos anos" e notou que há "duas narrativas opostas" no caso. Para ele, de qualquer modo, "está claro" que Moscou violou a soberania ucraniana com seu anúncio. Guterres comentou ainda que o mundo enfrenta um "momento de perigo" no episódio e disse temer que o confronto se expanda e ganhe escala e gravidade.
Ministro pede pressão contra a Rússia
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou hoje que seu país não tem nenhum plano de realizar uma ofensiva militar na região de Donbass, no leste do país e que inclui as duas províncias reconhecidas como independentes pela Rússia, Donetsk e Luhansk.
Durante sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas sobre a crise no país, Kuleba pediu que a comunidade internacional pressione Moscou a recuar e disse que o presidente russo, Vladimir Putin, só poderia ceder se for alvo de pressões do tipo.
Segundo o ministro ucraniano, Kiev tem reforçado suas defesas apenas por causa das "ameaças e ações" do vizinho. "A Rússia precisa retirar suas tropas do Estado soberano da Ucrânia", afirmou ele, dizendo que os ucranianos ainda têm "esperança na paz, que a diplomacia prevaleça".
Kuleba pediu "medidas concretas e resolutas da ONU e da comunidade internacional" para conter a Rússia e considerou que "estamos em um momento crucial da história do mundo". Ele pediu que não sejam cometidos "erros como no passado", traçando como paralelos os anos anteriores à Primeira e à Segunda Guerra Mundial. "Não há tarefa mais importante hoje que não repetir os erros do passado", disse, pedindo que a comunidade internacional possa "evitar uma nova catástrofe na Europa".
O ministro disse ainda que a Rússia já exige atualmente, na prática, praticamente o fechamento dos portos ucranianos, "sob o pretexto de fazer exercícios militares".