Mundo

Rússia pede investigação "imparcial" sobre ataque a comboio

Em reunião do Conselho de Segurança sobre o conflito sírio, Lavrov também disse que o cessar-fogo ainda pode ser renovado, mas não "de forma unilateral"


	Ataque: "Insistimos em uma investigação imparcial e profunda do ataque"
 (UNTV / Reuters)

Ataque: "Insistimos em uma investigação imparcial e profunda do ataque" (UNTV / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2016 às 14h00.

Nações Unidas - O ministro das Relações Exteriores da <a href="https://exame.com.br/topicos/russia"><strong>Rússia</strong></a>, Sergey Lavrov, pediu nesta quarta-feira uma investigação "imparcial" do ataque contra um comboio humanitário na <a href="https://exame.com.br/topicos/siria"><strong>Síria </strong></a>sem se deixar levar por "reações emocionais", em alusão à acusação <a href="https://exame.com.br/topicos/estados-unidos"><strong>americana </strong></a>de que Moscou ou Damasco são responsáveis pelo incidente.</p>

Em reunião do Conselho de Segurança sobre o conflito sírio, Lavrov também disse que o cessar-fogo no país árabe ainda pode ser renovado, mas não "de forma unilateral".

"Insistimos em uma investigação imparcial e profunda do ataque" contra o comboio humanitário, disse Lavrov, ao ressaltar que "primeiro foi dito que tinha sido um ataque de artilharia e depois de um helicóptero ou aeronave".

"Temos que evitar as reações emocionais" e investigar, acrescentou o titular das Relações Exteriores russo, que garantiu ter proporcionado toda a informação que tem sobre o incidente, inclusive "vídeo em tempo real".

No mínimo 20 pessoas perderam a vida nesse ataque contra um armazém e uma caravana de 31 caminhões do Crescente Vermelho da Síria, que transportavam assistência da ONU, de acordo com os dados do Movimento Internacional da Cruz Vermelha.

Os Estados Unidos disseram que a Rússia é responsável pelo incidente em último caso, mas o país acusado negou esse extremo e Lavrov voltou a descrever o ataque como uma "provocação inaceitável".

O representante russo ressaltou que o fato aconteceu "em uma área controlada pela oposição" e a menos de "cinco ou sete quilômetros" da região de combate em Aleppo. Disse também que nesse mesmo dia aconteceu na mesma região "um ataque muito agressivo da Al Nusra contra o governo sírio", e que "este tipo de coincidência requer uma análise e uma investigação sérias".

Dois dias após o Exército sírio considerar terminado o cessar-fogo negociado por EUA e Rússia no país, Lavrov afirmou que a trégua ainda "pode ser restaurada" se todas as partes implicadas de algum modo na guerra civil estiverem de acordo de forma "simultânea".

"Não haverá mais pausas unilaterais (das hostilidades). Houve no passado, e cada uma dessas ocasiões foram aproveitadas por grupos como Al Nusra para se fortalecer. Cada membro do Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG) tem que garantir formalmente que assegurará que as unidades nas quais tem influência cumprirão" a trégua, ressaltou.

Lavrov ressaltou que, durante a semana que durou o último cessar-fogo, a Rússia registrou 300 casos de violações e que foi a oposição que dificultou a entrega de ajuda humanitária a Aleppo.

Também disse que, com a revelação das violações, chegou a hora de "revisar a lista de grupos terroristas" identificados por EUA e Rússia em seu acordo para a cessação de hostilidades, que exclui organizações terroristas como o Estado Islâmico (EI). EFE

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaONURússiaSíria

Mais de Mundo

Lula e Biden dizem que situação na Venezuela é momento crítico para o hemisfério

Peru reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela, diz chanceler

Casa Branca afirma que repressão a protestos na Venezuela é 'inaceitável'

Senado dos EUA aprova projeto de lei para proteger crianças na internet

Mais na Exame