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Jornal russo publica morte de 10 mil soldados, mas diz ter sido hackeado

O jornal publicou que quase 10 mil soldados russos teriam morrido na guerra na Ucrânia, citando o Ministério da Defesa russo. Horas depois, tirou a informação do ar e disse ter sido hackeado

Vladimir Putin: governo russo admite a morte de cerca de 500 soldados (Getty Images/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2022 às 09h29.

Última atualização em 22 de março de 2022 às 16h44.

Após divulgar informações de um maior número de mortes de soldados russos do que as reconhecidas pelo governo em Moscou , o tabloide russo Komsomolskaya Pravda disse nesta terça-feira, 22, que a publicação não era verídica e seu site foi alvo de hackers.

A informação publicada foi de que quase 10 mil soldados russos teriam sido mortos na guerra da Ucrânia , e mais de 16 mil teriam ficado feridos. A suposta fonte dos números seria o próprio Ministério da Defesa russo.

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Mas o veículo alegou que seu site foi hackeado e retirou as informações do ar. O Ministério da Defesa russo disse em coletiva de imprensa nesta manhã que não havia o que comentar sobre o caso.

Sites tanto da Ucrânia quanto da Rússia, além de páginas de governos, têm sido alvo de intensas campanhas de ataques hackers, o que torna difícil o debate sobre a veracidade dos relatos do Komsomolskaya Pravda.

Também há divergências sobre os números de mortos na guerra devido à dificuldade de verificação de forma independente.

O governo russo reconhece a morte de menos de 500 soldados, enquanto o governo ucraniano diz que são 15 mil.

Já um relatório do governo dos EUA até o fim da semana passada estimava o número de mortes em ao menos 7 mil.

Mesmo o governo em Moscou reconhece a morte de alguns generais importantes no campo de batalha na Ucrânia, em meio à dificuldade russa em conquistar rapidamente as principais cidades do país, em uma guerra que dura quase um mês.

Se verdadeiro, o número de quase 10 mil mortos russos seria um impacto sem precedentes nas forças do país. Na guerra soviética no Afeganistão nos anos 1980, foram mortos 15 mil soldados soviéticos, mas em um espaço de nove anos.

Quanto aos civis, também há poucas informações. A Organização das Nações Unidas aponta que ao menos cerca de 600 civis morreram na guerra, mas avalia que o número tende a ser muito maior devido à dificuldade de verificação.

O número de refugiados chegou nesta terça-feira a 3,5 milhões, ainda segundo a ONU.

A maioria dos refugiados são mulheres e crianças, uma vez que homens entre 18 e 60 anos estão proibidos de deixar a Ucrânia por uma "lei marcial" decretada no início da guerra.

Guerra chega a 27 dias

A guerra na Ucrânia completa nesta terça-feira 27 dias, após os primeiros ataques russos em 24 de fevereiro.

Uma das principais frentes de batalha está atualmente na cidade portuária de Mariupol, ao sul, onde estima-se que 300 mil civis ainda estejam presos em meio a intensos combates.

A capital Kiev também tem sido alvo de bombardeios e a expectativa é que os ataques sejam intensos nesta semana, com as autoridades locais tendo decretado toque de recolher.

Enquanto isso, também nesta terça-feira, o exército ucraniano afirmou em um relatório que suprimentos russos estariam acabando e que os estoques de comida e munição durarão "não mais do que três dias".

Os oficiais ucranianos afirmam que também falta combustível e que a "mobilização" militar do exército estaria sendo executada de forma "caótica".

"Muitos deles não têm especialidade militar, porque nunca serviram no exército antes", diz o relatório.

Tropas russas estão em alguma medida mobilizadas na fronteira ucraniana desde o fim do ano passado, embora novos reforços tenham sido enviados desde então e sobretudo após o início dos ataques oficiais em fevereiro.

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