Rússia explora operários imigrantes em sede olímpica
Segundo HRW, operários imigrantes que participam das obras para a Olimpíada de Inverno de 2014 em Sochi estão sendo enganados no pagamento dos seus salários
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 10h36.
Moscou - Operários imigrantes que participam das obras para a Olimpíada de Inverno de 2014 em Sochi, no sul da Rússia , estão sendo enganados no pagamento dos seus salários e não recebem alimentação, moradia e descanso adequados, disse uma entidade de direitos humanos nesta quarta-feira.
Um funcionário do governo russo disse que as acusações da organização Human Rights Watch (HRW), com sede em Nova York, são exageradas, e que o governo monitora atentamente os direitos dos trabalhadores.
A HRW divulgou seu relatório enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, visitava Sochi para inspecionar os preparativos, a um ano do início da Olimpíada de Inverno.
Segundo a ONG, mais de 16 mil imigrantes chegaram a Sochi, na costa do mar Negro, na esperança de conseguir trabalho -- principalmente nas obras olímpicas.
Em um relatório que se baseou em entrevistas com 66 operários, a HRW disse que eles enfrentam "consistentes padrões de abusos" em empregos mal pagos. O texto diz que esses operários são oriundos da Armênia, Quirguistão, Sérvia, Tadjiquistão, Uzbequistão e Ucrânia.
"As pessoas trabalham, não são pagas e vão embora. Aí chega um ônibus e descarrega um novo grupo de operários para repetir o ciclo", disse um trabalhador ucraniano citado no relatório.
O texto diz que os operários imigrantes estão particularmente vulneráveis porque sua permanência na Rússia depende de eles terem emprego. Os patrões muitas vezes deixam de entregar cópias das autorizações de trabalho e outros documentos, e ameaçam denunciar os operários às autoridades como imigrantes ilegais, segundo o relatório.
O grupo pediu que o Comitê Olímpico Internacional (COI) tenha um papel mais ativo na preservação dos direitos humanos dos operários.
"Há uma carta olímpica que fala em dignidade e no espírito do olimpismo", disse Yulia Gorbunova, pesquisadora da HRW. "Isso realmente não é compatível com usar e abusar das pessoas envolvidas na construção dessas incríveis instalações." Um porta-voz do COI disse que a entidade tem um "tradicional compromisso de acompanhar" questões de direitos humanos associadas aos Jogos, e que já tomou providências com relação a alguns casos de não-pagamento de salários.
O vice-premiê Dmitry Kozak, que acompanhou Putin a Sochi, disse que a Rússia está monitorando a situação.
"Não houve queixas suficientes que merecessem um relatório internacional", disse Kozak a jornalistas, acrescentando que há 96 mil trabalhadores e 500 empreiteiras trabalhando em Sochi.
"É claro que não é muito fácil para os operários imigrantes, seja em Sochi ou em Moscou. Mas não posso dizer que violações generalizadas dos direitos das pessoas estejam ocorrendo durante os preparativos para a Olimpíada." A estatal russa Olympstroy, criada para supervisionar as obras olímpicas, disse ter recebido apenas cinco queixas salariais, todas elas já resolvidas.
Moscou - Operários imigrantes que participam das obras para a Olimpíada de Inverno de 2014 em Sochi, no sul da Rússia , estão sendo enganados no pagamento dos seus salários e não recebem alimentação, moradia e descanso adequados, disse uma entidade de direitos humanos nesta quarta-feira.
Um funcionário do governo russo disse que as acusações da organização Human Rights Watch (HRW), com sede em Nova York, são exageradas, e que o governo monitora atentamente os direitos dos trabalhadores.
A HRW divulgou seu relatório enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, visitava Sochi para inspecionar os preparativos, a um ano do início da Olimpíada de Inverno.
Segundo a ONG, mais de 16 mil imigrantes chegaram a Sochi, na costa do mar Negro, na esperança de conseguir trabalho -- principalmente nas obras olímpicas.
Em um relatório que se baseou em entrevistas com 66 operários, a HRW disse que eles enfrentam "consistentes padrões de abusos" em empregos mal pagos. O texto diz que esses operários são oriundos da Armênia, Quirguistão, Sérvia, Tadjiquistão, Uzbequistão e Ucrânia.
"As pessoas trabalham, não são pagas e vão embora. Aí chega um ônibus e descarrega um novo grupo de operários para repetir o ciclo", disse um trabalhador ucraniano citado no relatório.
O texto diz que os operários imigrantes estão particularmente vulneráveis porque sua permanência na Rússia depende de eles terem emprego. Os patrões muitas vezes deixam de entregar cópias das autorizações de trabalho e outros documentos, e ameaçam denunciar os operários às autoridades como imigrantes ilegais, segundo o relatório.
O grupo pediu que o Comitê Olímpico Internacional (COI) tenha um papel mais ativo na preservação dos direitos humanos dos operários.
"Há uma carta olímpica que fala em dignidade e no espírito do olimpismo", disse Yulia Gorbunova, pesquisadora da HRW. "Isso realmente não é compatível com usar e abusar das pessoas envolvidas na construção dessas incríveis instalações." Um porta-voz do COI disse que a entidade tem um "tradicional compromisso de acompanhar" questões de direitos humanos associadas aos Jogos, e que já tomou providências com relação a alguns casos de não-pagamento de salários.
O vice-premiê Dmitry Kozak, que acompanhou Putin a Sochi, disse que a Rússia está monitorando a situação.
"Não houve queixas suficientes que merecessem um relatório internacional", disse Kozak a jornalistas, acrescentando que há 96 mil trabalhadores e 500 empreiteiras trabalhando em Sochi.
"É claro que não é muito fácil para os operários imigrantes, seja em Sochi ou em Moscou. Mas não posso dizer que violações generalizadas dos direitos das pessoas estejam ocorrendo durante os preparativos para a Olimpíada." A estatal russa Olympstroy, criada para supervisionar as obras olímpicas, disse ter recebido apenas cinco queixas salariais, todas elas já resolvidas.