Presidente sírio Bashar al-Assad: Serguei Lavrov defendeu que a Síria precisa de transformações que levem à paz entre o governo de Bashar Al Assad e os rebeldes (Divulgação/Sana/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2012 às 14h07.
Brasília - O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, declarou hoje (28) que seu país não apoiará, na Conferência de Genebra sobre a Síria, qualquer acordo que implique ingerência externa na situação política desse país.
"Não apoiamos e não poderemos apoiar qualquer ingerência externa", disse Lavrov, em coletiva de imprensa em Moscou (Rússia) com seu homólogo tunisiano, Rafik Abdessaliam. A conferência sobre a Síria está programada para ocorrer no sábado (30).
A conferência vai reunir o chamado Grupo de Ação para a Síria, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França – e países da região.
O ministro russo disse ainda que nenhum país da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) tende a repetir o mesmo que aconteceu na Líbia. "Não penso que algum dos membros da Otan tenha vontade de repetir a aventura líbia."
Forças da Otan atuaram na Líbia por meio de uma área de exclusão aérea na qual puderem combater forças leais ao então presidente líbio, Muammar Khadafi, que acabou derrotado e morto por rebeldes contrários ao seu governo. Alguns países declararam que a atuação das Otan causou a morte de vários civis.
Serguei Lavrov defendeu que a Síria precisa de transformações que levem à paz entre o governo de Bashar Al Assad e os rebeldes. Ele disse ainda que é necessário um período de transição para superar as consequências da crise na Síria, mas o povo sírio é quem deve decidir como realizar.
"O povo sírio, no contexto do diálogo nacional entre o governo e todos os grupos da oposição, deve decidir qual o conteúdo desse período de transição, qual será o seu mecanismo ou mecanismos", concluiu.
Rafik Abdessaliam, ministro dos Negócios Estrangeiros tunisiano, considerou que "é necessário realizar na Síria reformas sérias e profundas que tenham em conta os anseios do povo sírio por mais liberdade, democracia e justiça, sem ingerência externa".