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Rússia celebra veto britânico a intervenção na Síria

A Rússia parabenizou o Parlamento britânico pela decisão de rejeitar os planos do primeiro-ministro, David Cameron, de intervir militarmente na Síria


	O presidente russo, Vladimir Putin: governo destacou, porém, que é mais importante saber como os EUA trabalharão com esse antecedente
 (©AFP / Misha Japaridze)

O presidente russo, Vladimir Putin: governo destacou, porém, que é mais importante saber como os EUA trabalharão com esse antecedente (©AFP / Misha Japaridze)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2013 às 13h05.

Moscou - A Rússia parabenizou nesta sexta-feira pela decisão do Parlamento britânico, que rejeitou ontem os planos do primeiro-ministro, David Cameron, de intervir militarmente na Síria, mas destacou que é mais importante saber como os Estados Unidos  trabalharão com esse antecedente.

"Essa decisão reflete a opinião da maioria dos britânicos e dos europeus. Me parece que o povo começa a entender quão perigosos são esses roteiros, sobretudo sem mandado" (da ONU), disse Yuri Ushakov, assessor de política internacional do presidente da Rússia, Vladimir Putin, citado pelas agências locais.

Acrescentou que agora "é mais importante ver como os aliados (do Reino Unido) vão receber essa informação".

O assessor presidencial evitou responder a uma pergunta sobre quais poderiam ser as respostas de Moscou diante de uma eventual intervenção militar na Síria e se limitou a ressaltar que a "Rússia por enquanto trabalha ativamente para evitar qualquer roteiro que envolva o uso da força" do exterior.

Por sua vez, o presidente do Comitê de Relações Exteriores da Duma, a Câmara dos Deputados da Rússia, Alexei Pushkov, manifestou que a rejeição do Reino Unido a participar em uma ação punitiva contra a Síria não fará com que os EUA renunciem a seus planos.

"A recusa do Parlamento britânico a apoiar a ideia de David Cameron de se transformar em um segundo Tony Blair (em alusão a participação de ex-primeiro-ministro do Reino Unido na Guerra do Iraque) é, sem dúvida, um duro golpe para a coalizão anti-Síria e um golpe doloroso para os EUA", disse o parlamentar à agência "Interfax".

Ao mesmo tempo, no entanto, Pushkov indicou que Washington foi longe demais em sua condenação do regime sírio de Bashar al Assad como para dar marcha à ré.

O deputado, do partido governista Rússia Unida, acrescentou que se pode chegar à conclusão que, "apesar à rejeição do Reino Unido, Estados Unidos planeja assestar o ataque à Síria este sábado ou domingo".


A favor dessa tese, Pushkov argumentou que "Obama prefere que a operação seja lançada antes de sua viagem à cúpula do G20 de São Petersburgo (Rússia)", que será realizada em 5 e 6 de setembro, para que tudo termine antes do início da reunião.

Ushakov afirmou que, embora a situação na Síria não esteja na agenda, essa "deve ser discutida e será discutida" na cúpula do G20.

O assessor do presidente Putin afirmou que a Rússia ainda não recebeu provas de Washington que confirmem o uso de armas químicas contra a população síria pelo regime de Bashar al-Assad.

"Não recebemos nada dos EUA, nem (eles) enviaram dados - se tiverem - ao Conselho de Segurança da ONU. Alegam que têm alguma informação e que é secreta", explicou Ushakov. "Sem ter esses dados não nos fiamos disso", acrescentou.

Moscou advertiu que uma intervenção militar na Síria sem o mandato da ONU teria consequências catastróficas não só para o país árabe, mas para toda a região do Oriente Médio e o norte da África.

As autoridades russas não dão crédito às denúncias da oposição síria que em 21 de agosto as tropas do regime de Assad empregaram armas químicas nos arredores de Damasco, ataque que teria deixado cerca de 1.500 mortos.

Segundo a Rússia, as denúncias são uma provocação que visa a dar pretexto para uma intervenção militar estrangeira na Síria e manipular o destino do conflito a favor da oposição que combate o regime.

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