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Rússia celebra Copa do Mundo livre de boicotes

Apesar das tensões políticas entre a Rússia e o Ocidente, o vice-primeiro ministro disse que as tentativas de boicote foram fracassadas desde o início

A Copa do Mundo 2018 começou nesta quinta-feira (14) com a partida entre Rússia e Arábia Saudita (Kai Pfaffenbach/Reuters)

A Copa do Mundo 2018 começou nesta quinta-feira (14) com a partida entre Rússia e Arábia Saudita (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de junho de 2018 às 12h37.

Moscou - A Rússia saudou nesta quinta-feira a chegada de torcedores empolgados do mundo todo para a abertura da Copa do Mundo, e o governo do presidente Vladimir Putin zombou das tentativas do Ocidente em isolá-lo.

Apesar de países ocidentais escolherem não enviar seus principais representantes para a cerimônia de abertura do Mundial, não houve qualquer tipo de boicote como o que manchou a Olimpíada de Moscou em 1980, ou a suspensão por doping que excluiu muitos atletas russos dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016.

"Tentativas de boicote foram destinadas ao fracasso desde o início", afirmou o vice-primeiro-ministro, Vitaly Mutko, um aliado próximo de Putin e há muito tempo ministro dos Esportes ao jornal Izvestiya. "Isso mostra como os políticos estrangeiros são as vezes desconectados da vida real".

Putin, que lida com sanções do Ocidente deste que tomou a península da Crimeia da Ucrânia há quatro anos, comparecerá à cerimônia no estádio Luzhniki em Moscou antes da primeira partida do torneio de um mês, entre a anfitriã Rússia e a Arábia Saudita.

O presidente, que acaba de ser reeleito após 18 anos no poder, irá assistir à performance do cantor britânico Robbie Williams com a companhia de pelo menos 15 líderes estrangeiros, segundo o Kremlin -- embora estes incluam oito mandatários de ex-nações soviéticas e dois de regiões separatistas da Geórgia apoiados pela Rússia.

Ruanda, Líbano e Panamá também estarão oficialmente representados. Uma autoridade oficial da Coreia do Norte também comparecerá à cerimônia.

Putin exaltou a Fifa por seu lema "Esporte sem política". Ao discursar na quarta-feira, enquanto a Fifa escolhia a candidatura conjunta de Estados Unidos, Canadá e México para sediar a edição de 2026 do Mundial, o líder russo falou do grande potencial do esporte para promover a "humanidade sem fronteiras".

"A Rússia no centro do campo", estampou na manchete o jornal estatal Rossiiskaya Gazeta. "A principal vitória já aconteceu", disse o jornal, elogiando os esforços de organização que viu uma dúzia de estádios serem construídos ou modernizados e uma gigantesca operação de segurança ser montada.

O maior evento recebido pela Rússia desde a era soviética --quando os Estados Unidos e outros boicotaram os jogos de 1980 em Moscou por conta da invasão do Afeganistão-- colocará em foco como a Rússia, desde o colapso caótico do Socialismo, ressuscitou sua economia e sua rígida ordem social sob o comando do ex-agente da KGB.

As possibilidades de um boicote esportivo depois que o Reino Unido acusou o Kremlin de utilizar um agente nervoso para tentar executar um ex-espião russo na Inglaterra não se materializaram.

Líderes ocidentais estão mantendo a distância, embora alguns, como o presidente francês, Emmanuel Macron, devem comparecer a partidas se suas seleções progredirem. Protestos e críticas --por conta do conflito na Ucrânia ou sobre abusos de direitos humanos na Rússia-- foram amplamente confinados a solo estrangeiro.

Governos alertaram seus cidadãos a estarem atentos à violência dos violentos hooligans russos e para o risco de abusos raciais ou homofóbicos nas ruas.

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