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Rússia anuncia construção de gasoduto até a China

Obra permitirá, pela primeira vez, que a Rússia realize exportações de gás para a China

O presidente russo, Vladimir Putin, o vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Gaoli, e o CEO da Gazprom, Alexei Miller, anunciam a construção do gasoduto (Alexey Nikolsky/AFP)
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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 15h55.

 Moscou - O presidente russo, <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/vladimir-putin">Vladimir Putin</a></strong>, anunciou nesta segunda-feira o início da construção de um gasoduto que permitirá, pela primeira vez, exportar <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/gas">gás</a></strong> russo para a <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/china">China</a></strong>.</p> 

"Hoje lançamos o maior projeto de construção do mundo", disse Putin na cerimônia de inauguração do gasoduto nas proximidades da cidade siberiana de Yakutsk do gasoduto.

"Não se trata de bater recordes, mas de um projeto de grande importância para a Federação Russa e para a República Popular da China", acrescentou Putin ao lado do vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Gaoli.

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O gasoduto, chamado "Força Siberiana" terá 3.968 quilômetros e uma capacidade prevista de 61 bilhões de metros cúbicos. A estrutura vai sair do oeste da Sibéria e irá até o extremo oriente, nas regiões de Khabarovsk e Vladivostok.

A construção do gasoduto e da infraestrutura adjacente custará cerca de 55 bilhões de dólares e permitirá que a Rússia cumpra o acordo assinado com Pequim em maio para o fornecimento de gás ao país. A economia russa depende em grande parte da renda obtida com a venda de hidrocarbonetos.

O contrato entre ambos países tem validade de 30 anos, com entregas de 38 bilhões de metros cúbicos por ano a partir de 2018 e por um valor estimado de 400 bilhões de dólares neste período.

"A China começará a construir sua parte do gasoduto na primeira metade de 2015 com o objetivo de começar a explorá-lo em 2018", disse Gaoli.

Atualmente as exportações de gás russo se dirigem principalmente aos países da antiga União Soviética e à União Europeia.

A Gazprom, operadora russa de gás, quer ampliar sua presença na Ásia graças a este gasoduto e à construção de uma fábrica de gás liquefeito em Vladivostok.

O presidente da Gazprom, Alexei Miller, disse a agências de notícias russas que espera assinar em novembro outro contrato com Pequim para construir outro gasoduto mais a oeste.

Segundo Valeri Nesterov, analista do Sberbank CIB, o novo gasoduto "permitirá estabilizar a situação financeira da Gazprom, ameaçada pelo aumento da concorrência e, em consequência disso, pela queda de preços".

O acordo com a China corresponde ao objetivo de longo prazo da Rússia de redirecionar para a Ásia seu comércio exterior, até agora voltado principalmente para a Europa.

Este objetivo russo ganhou força nos últimos meses, com a grave situação na Ucrânia, que provocou a maior crise entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

Moscou também espera que o novo gasoduto, que envolve grandes investimentos, sirva para lutar contra a recessão da economia russa, provocada pela situação na Ucrânia, e pelas sanções econômicas, cada vez mais severas.

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