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Rússia anuncia ataques contra reduto do EI na Síria

Aeronaves russas visaram pela primeira vez na quinta-feira a província de Raqa, considerada a "capital" do grupo jihadista

Sírios removem um homem ferido em ataques aéreos atribuídos a forças do governo sírio no reduto rebelde de Duma (AFP / Samir Al-Dumy)
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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2015 às 14h46.

Paris - Moscou afirmou nesta sexta-feira que atacou o reduto do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, enquanto Vladimir Putin enfrentava crescentes críticas do Ocidente e seus aliados sobre os alvos escolhidos pelos aviões russos.

Aeronaves russas visaram pela primeira vez na quinta-feira a província de Raqa, considerada a "capital" do grupo jihadista, informou nesta sexta-feira o ministério russo da Defesa, pouco antes da chegada do presidente russo a Paris para discussões com os líderes francês, François Hollande, e alemã, Angela Merkel.

Bombardeiros Sukhoi-34 visaram um "posto de comando" camuflado no sudoeste da cidade de Raqa e um "campo de treinamento" do grupo, 70 km mais a leste, segundo o ministério.

"Os ataques russos se estenderam até os subúrbios do oeste da cidade de Raqa e na região do aeroporto militar de Tabqa, mais ao sudoeste, matando pelo menos 12 jihadistas", segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Estes ataques ocorrem no momento em que Washington e seus aliados acusam a Rússia de atacar, sob a cobertura da luta contra o terrorismo, os adversários de seu aliado, o presidente Bashar Al-Assad.

França, Alemanha, Catar, Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos subiram o tom nesta sexta-feira contra a operação militar russa na Síria, chamando-a de "nova escalada" que poderia "agitar o extremismo e a radicalização" neste país.

"Exortamos a Rússia a parar imediatamente seus ataques contra a oposição e a população civil síria, e concentrar os seus esforços na luta contra o" grupo Estado Islâmico, escreveram os governos destes países em um comunicado conjunto.

Nesta sexta-feira, Putin se reuniu com Hollande e Merkel para evocar a crise síria antes de uma cúpula dedicada à Ucrânia.

Durante a reunião, Putin e Hollande tentaram "acertar os pontos de vista sobre a transição política" na Síria , indicaram fontes diplomáticas francesas.

As potências ocidentais se declaram dispostas a discutir uma solução política com os membros do regime de Damasco, desde que Assad deixe o poder, uma ideia contrária a da Rússia, que apoia o presidente sírio.

Mas os ocidentais já não reivindicam, como fizeram no início da crise, uma partida imediata do presidente sírio. Em 8 de setembro, o presidente Hollande disse que a questão seria levantada "em um momento ou outro", como parte do processo de transição.

Putin e Hollande "discutiram a crise síria de forma profunda sobre a base das três condições" levantadas pela França: atacar o grupo Estado Islâmico (EI), a segurança de civis e uma transição baseada nos acordos de Genebra, acrescentaram as fontes.

Três a quatro meses

A campanha de bombardeios aéreos russos na Síria deve durar de três a quatro meses e vai se tornar mais intensa, segundo afirmou nesta sexta-feira o presidente da Comissão das Relações Exteriores da Duma (Câmara dos Deputados) do Parlamento russo, Alexei Pushkov.

Pushkov afirmou ainda que os bombardeios da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos não eram suficientemente eficazes e era necessário passar para outra etapa na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.

A coalizão internacional de 50 países já realizou milhares de ataques aéreos contra o EI na Síria e no Iraque sem, contudo, destruir a organização jihadista.

O céu sírio está saturado pelas missões da coalizão, as incursões da aviação síria e agora as operações russas, que implantaram mais de 50 aviões e helicópteros.

Precisamente, a fim de coordenar e evitar incidentes entre suas forças aéreas, Washington e Moscou discutiram na quinta-feira a questão, mas "nenhum novo compromisso" foi definido, de acordo com o Pentágono.

O secretário de Estado americano, John Kerry, disse, porém, que haveria outras discussões militares russo-americanas "nos próximos dias".

Surpreendida pela ação russa, a administração democrata dos Estados Unidos ganhou críticas dos republicanos. O senador John McCain acusou os russos de bombardear rebeldes sírios treinados pela CIA.

De fato, um grupo apoiado por Washington, Suqur al-Khabal, disse ter sido atacado por mísseis russos.

De acordo com uma fonte da segurança síria, aviões russos atacaram em Idleb e Hama o "exército de conquista", coalizão que reúne a Frente Al-Nusra (ramo sírio da Al-Qaeda) e grupos islâmicos que combate o regime e o EI ao mesmo tempo.

Em paralelo a sua ação militar, a Rússia compartilhou com o Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução antiterrorista que associaria Damasco a uma coalizão internacional expandida contra os jihadistas.

Neste sentido, o governo sírio disse aceitar participar em discussões preliminares a fim de preparar uma conferência de paz sob os auspícios da ONU.

Segundo o chefe da diplomacia síria Wallid Muallem, seriam "quatro comitês de especialistas sugeridos pelo mediador da ONU Staffan de Mistura para realizar consultas preliminares, não vinculantes".

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Paris - Moscou afirmou nesta sexta-feira que atacou o reduto do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, enquanto Vladimir Putin enfrentava crescentes críticas do Ocidente e seus aliados sobre os alvos escolhidos pelos aviões russos.

Aeronaves russas visaram pela primeira vez na quinta-feira a província de Raqa, considerada a "capital" do grupo jihadista, informou nesta sexta-feira o ministério russo da Defesa, pouco antes da chegada do presidente russo a Paris para discussões com os líderes francês, François Hollande, e alemã, Angela Merkel.

Bombardeiros Sukhoi-34 visaram um "posto de comando" camuflado no sudoeste da cidade de Raqa e um "campo de treinamento" do grupo, 70 km mais a leste, segundo o ministério.

"Os ataques russos se estenderam até os subúrbios do oeste da cidade de Raqa e na região do aeroporto militar de Tabqa, mais ao sudoeste, matando pelo menos 12 jihadistas", segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Estes ataques ocorrem no momento em que Washington e seus aliados acusam a Rússia de atacar, sob a cobertura da luta contra o terrorismo, os adversários de seu aliado, o presidente Bashar Al-Assad.

França, Alemanha, Catar, Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos subiram o tom nesta sexta-feira contra a operação militar russa na Síria, chamando-a de "nova escalada" que poderia "agitar o extremismo e a radicalização" neste país.

"Exortamos a Rússia a parar imediatamente seus ataques contra a oposição e a população civil síria, e concentrar os seus esforços na luta contra o" grupo Estado Islâmico, escreveram os governos destes países em um comunicado conjunto.

Nesta sexta-feira, Putin se reuniu com Hollande e Merkel para evocar a crise síria antes de uma cúpula dedicada à Ucrânia.

Durante a reunião, Putin e Hollande tentaram "acertar os pontos de vista sobre a transição política" na Síria , indicaram fontes diplomáticas francesas.

As potências ocidentais se declaram dispostas a discutir uma solução política com os membros do regime de Damasco, desde que Assad deixe o poder, uma ideia contrária a da Rússia, que apoia o presidente sírio.

Mas os ocidentais já não reivindicam, como fizeram no início da crise, uma partida imediata do presidente sírio. Em 8 de setembro, o presidente Hollande disse que a questão seria levantada "em um momento ou outro", como parte do processo de transição.

Putin e Hollande "discutiram a crise síria de forma profunda sobre a base das três condições" levantadas pela França: atacar o grupo Estado Islâmico (EI), a segurança de civis e uma transição baseada nos acordos de Genebra, acrescentaram as fontes.

Três a quatro meses

A campanha de bombardeios aéreos russos na Síria deve durar de três a quatro meses e vai se tornar mais intensa, segundo afirmou nesta sexta-feira o presidente da Comissão das Relações Exteriores da Duma (Câmara dos Deputados) do Parlamento russo, Alexei Pushkov.

Pushkov afirmou ainda que os bombardeios da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos não eram suficientemente eficazes e era necessário passar para outra etapa na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.

A coalizão internacional de 50 países já realizou milhares de ataques aéreos contra o EI na Síria e no Iraque sem, contudo, destruir a organização jihadista.

O céu sírio está saturado pelas missões da coalizão, as incursões da aviação síria e agora as operações russas, que implantaram mais de 50 aviões e helicópteros.

Precisamente, a fim de coordenar e evitar incidentes entre suas forças aéreas, Washington e Moscou discutiram na quinta-feira a questão, mas "nenhum novo compromisso" foi definido, de acordo com o Pentágono.

O secretário de Estado americano, John Kerry, disse, porém, que haveria outras discussões militares russo-americanas "nos próximos dias".

Surpreendida pela ação russa, a administração democrata dos Estados Unidos ganhou críticas dos republicanos. O senador John McCain acusou os russos de bombardear rebeldes sírios treinados pela CIA.

De fato, um grupo apoiado por Washington, Suqur al-Khabal, disse ter sido atacado por mísseis russos.

De acordo com uma fonte da segurança síria, aviões russos atacaram em Idleb e Hama o "exército de conquista", coalizão que reúne a Frente Al-Nusra (ramo sírio da Al-Qaeda) e grupos islâmicos que combate o regime e o EI ao mesmo tempo.

Em paralelo a sua ação militar, a Rússia compartilhou com o Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução antiterrorista que associaria Damasco a uma coalizão internacional expandida contra os jihadistas.

Neste sentido, o governo sírio disse aceitar participar em discussões preliminares a fim de preparar uma conferência de paz sob os auspícios da ONU.

Segundo o chefe da diplomacia síria Wallid Muallem, seriam "quatro comitês de especialistas sugeridos pelo mediador da ONU Staffan de Mistura para realizar consultas preliminares, não vinculantes".

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