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Rússia acusa EUA de impor modelo político na América Latina

Governo da Rússia criticou falas do assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, sobre Venezuela

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EFE

Publicado em 5 de março de 2019 às 16h57.

Última atualização em 5 de março de 2019 às 17h45.

Moscou, 5 mar (EFE).- A Rússia afirmou nesta terça-feira que as declarações do assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, sobre a América Latina mostram as intenções do governo de Donald Trump de impor um modelo político sobre a região.

As acusações foram feitas pelo diretor para América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Schetinin.

"Trata-se de algo totalmente inaceitável e mostra que todas as conversas sobre o restabelecimento da democracia na Venezuela são só um pretexto para alinhar todos os países da América Latina aos interesses americanos", disse Schetinin à "RIA Novosti".

"É outra declaração totalmente maluca do representante do governo americano, que tem intenção de aplicar em toda a região latino-americana o modelo de Washington", continuou.

Em entrevista à emissora "CNN", Bolton afirmou que os EUA procuram formar uma coalizão internacional ampla para substituir o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. E ainda disse que o governo Trump não tem "medo" de usar a expressão "Doutrina Monroe", do século 19, que pregava a ideia de "América para os americanos".

Ontem, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, disse que Bolton insultou toda a América Latina ao citar a "Doutrina Monroe".

Lavrov considerou as declarações do assessor da Casa Branca como "arrogantes" e ressaltou que a doutrina é associada na América Latina com a história imperialista dos EUA.

Segundo Schetinin, a Rússia está disposta a debater a situação na Venezuela com os EUA, mas só "sob as regras da ONU". Essa mensagem, disse o diplomata, foi repassada por Lavrov ao secretário de Estado americano, Mike Pence, em duas conversas por telefone.

O diretor para a América Latina da Chancelaria russa confirmou que o Kremlin estuda a possibilidade de enviar uma nova ajuda humanitária à Venezuela por meio da Organização Mundial da Saúde.

Sobre a volta de Juan Guaidó à Venezuela, o diplomata russo afirmou que o governo de Nicolás Maduro "evitou a provocação de modo elegante" ao não medidas cautelares contra o político opositor.

"Penso que isso mostra a disposição absoluta do governo de Maduro a buscar uma solução pacífica sem cataclismos internos", concluiu Schetinin. EFE

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