Alexei Navalny protesta em Moscou em outubro de 2012: Navalny nega qualquer irregularidade e diz que as acusações contra ele são falsas (Andrey Smirnov/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2013 às 13h41.
Moscou - Investigadores russos aumentaram a pressão sobre um dos maiores críticos do presidente Vladimir Putin nesta quinta-feira, abrindo uma nova investigação criminal contra Alexei Navalny um dia depois de ele ter sido julgado por uma acusação de roubo.
Navalny, que ajudou a organizar uma onda de protestos contra Putin e é um ativista contra a corrupção, nega qualquer irregularidade e diz que as acusações contra ele são falsas, como parte de uma campanha do Kremlin para esmagar a oposição.
O Comitê de Investigação da Rússia, que responde diretamente a Putin, afirmou que Navalny e seu irmão Oleg eram suspeitos de fraudar 3,8 milhões de rublos (120.000 dólares) de uma empresa, por meio da organização de transporte de correio para eles a preços excessivos em 2008.
É o quarto processo criminal aberto contra Navalny nos últimos meses.
Navalny reagiu com ironia ao anúncio da nova investigação em seu Twitter, enquanto viajava de volta a Moscou de trem depois de ir a julgamento na quarta-feira sob acusação de roubo na cidade de Kirov.
"Eu acordei no trem. Descobri que outro processo criminal foi lançado. Isso significa que a nossa viagem foi um sucesso", escreveu.
O crítico, de 36 anos, pode pegar até 10 anos de prisão no julgamento aberto na quarta-feira se for condenado por roubar cerca de 510.000 dólares de uma empresa de madeira que estava aconselhando em Kirov em 2009. O julgamento foi adiado até 24 de abril.
Navalny, líder da oposição mais importante a ser julgado na Rússia pós-soviética, disse que acredita que Putin, de 60 anos, ordenou as investigações e o julgamento contra ele para afastá-lo como um potencial rival presidencial.
O Kremlin nega exercer pressão sobre os tribunais e diz que Putin não os usa para fins políticos. Mas o ex-ministro das Finanças de Putin Alexei Kudrin lançou dúvidas sobre o julgamento nesta semana, dizendo que o caso pode prejudicar a imagem da Rússia.