Mundo

Ruanda ataca França durante ato de recordação do genocídio

Paul Kagame, presidente de Ruanda, atacou de maneira velada a França, ao declarar que é impossível mudar os fatos sobre o genocídio ocorrido há 20 anos

O presidente de Ruanda, Paul Kagame: "a passagem do tempo não deve obscurecer os fatos, diminuir a responsabilidade ou transformar as vítimas em vilões" (Evan Schneider/AFP)

O presidente de Ruanda, Paul Kagame: "a passagem do tempo não deve obscurecer os fatos, diminuir a responsabilidade ou transformar as vítimas em vilões" (Evan Schneider/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 13h56.

Kigali - O presidente de Ruanda, Paul Kagame, atacou nesta segunda-feira de maneira velada a França, ao declarar que é impossível "mudar os fatos" sobre o genocídio ocorrido há 20 anos em seu país.

"A passagem do tempo não deve obscurecer os fatos, diminuir a responsabilidade ou transformar as vítimas em vilões", disse em um discurso durante um ato oficial do aniversário da tragédia.

"As pessoas não podem ser subornadas ou forçadas a mudar sua história e não há nenhum país suficientemente poderoso, inclusive quando acreditam que são, para mudar os fatos. Afinal de contas, 'les faits sont tetus' (os fatos são teimosos)", completou, com a última frase falada em francês, o que provocou muitos aplausos no estádio nacional de Kigali.

O aniversário é marcado por uma polêmica a respeito da suposta cumplicidade da França no genocídio, que matou 800.000 pessoas em 100 dias, em sua maioria da etnia tutsi minoritária.

Paris anulou a participação de um ministro nos atos oficiais em resposta às novas acusações de Kagame e o embaixador da França foi excluído nesta segunda-feira das cerimônias.

O presidente ruandês acusou a França, em uma entrevista publicada durante o fim de semana, de ter desempenhado um "papel direto na preparação do genocídio" e de ter "participado de sua execução".

A França, aliada do governo nacionalista hutu antes de 1994, sempre negou qualquer cumplicidade no genocídio.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEuropaFrançaGenocídioMortesPaíses ricos

Mais de Mundo

Milei se reunirá com Macron em viagem à França para abertura dos Jogos Olímpicos

'Tome chá de camomila', diz Maduro após Lula se preocupar com eleições na Venezuela

Maduro deve aceitar resultado das eleições se perder, diz ex-presidente argentino

Macron só vai nomear primeiro-ministro após Jogos Olímpicos

Mais na Exame