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Rohani não vai renegociar acordo nuclear por causa de Trump

Rohani disse que "uma renegociação está fora de questão" e que "não se pode reverter" um pacto cuja assinatura requereu anos de negociação

Rohani: o presidente iraniano criticou que os EUA tenham se mostrado "desleais" com alguns de seus compromissos (REUTERS/Fars News/Reuters)

Rohani: o presidente iraniano criticou que os EUA tenham se mostrado "desleais" com alguns de seus compromissos (REUTERS/Fars News/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 16h00.

Teerã - O presidente do Irã, Hassan Rohani, garantiu nesta terça-feira que seu país não vai aceitar uma renegociação do acordo nuclear assinado com seis potências, mesmo que assim seja solicitado pelo futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Rohani disse em entrevista coletiva em Teerã que "uma renegociação está fora de questão" e que "não se pode reverter" um pacto cuja assinatura requereu anos de negociação: "artigo por artigo e palavra por palavra".

O presidente iraniano criticou que os EUA tenham se mostrado "desleais" com alguns de seus compromissos e antecipou que o Irã tomará "os passos adequados" se o acordo for violado.

Sobre Trump, considerou que suas opiniões sobre o Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA) não terão grande influência porque "não é um acordo bilateral" entre Irã e Estados Unidos, mas um multilateral.

Trump criticou abertamente o JCPOA e seu indicado a secretário de Estado, Rex Tillerson, afirmou na semana passada que é necessária uma revisão do pacto, algo com o que não estão de acordo as outras partes.

O pacto, alcançado em julho de 2015 entre o Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), implicou na suspensão das sanções comerciais e diplomáticas contra a República Islâmica em troca que esta limitasse seu programa atômico para evitar que pudesse construir armas nucleares.

Rohani destacou em sua coletiva para a imprensa local e internacional que "a suspensão das sanções demonstra o êxito do Irã no acordo nuclear", citando por exemplo a retirada das punições sobre os setores de petróleo e gás e de transporte.

O presidente qualificou o JCPOA como "uma vitória política" para o Irã, com a qual se demonstrou que o país não pretende fabricar armas de destruição em massa e que seu regime "diz a verdade".

"Dissemos ao mundo que a 'iranofobia' é incorreta, que não se deve temer o Irã, que o Irã procura a paz para a região e que o Irã não merece ser visto como um perigo para a segurança e a paz internacional", ressaltou.

O líder iraniano dedicou parte de sua coletiva para elogiar as conquistas do JCPOA, especialmente no plano econômico, devido ao ceticismo de parte da população que não vê resultados.

Rohani revelou que, desde a entrada em vigor do JCPOA, há um ano, foram criados 700.000 postos de trabalho e o crescimento econômico alcançou 7,4%, dados "sem precedentes".

"Exceto por alguns problemas bancários, a República Islâmica já não sofre sanções internacionais", frisou, pedindo "paciência" e prometendo que o governo seguirá trabalhando para conseguir um maior desenvolvimento econômico e acabar com o desemprego.

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