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Risco de pegar coronavírus viajando de avião é baixíssimo, diz setor aéreo

Mesmo com grande subnotificação de casos, associação do setor aéreo estima que apenas um a cada 2,7 milhões de passageiros é infectado ao voar

Estudos das três principais fabricantes de aviões demonstram que risco de transmissão a bordo é baixíssimo (Kham/Reuters)

Estudos das três principais fabricantes de aviões demonstram que risco de transmissão a bordo é baixíssimo (Kham/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 17h21.

Última atualização em 8 de outubro de 2020 às 18h18.

Uma série de estudos de dinâmica de fluídos computacional promovida pelas três maiores fabricantes de aviões do mundo — Airbus, Boeing e a brasileira Embraer — demonstrou que o risco de transmissão do coronavírus dentro de aeronaves comerciais é "extremamente baixo".

Conduzidos por cada uma das fabricantes, as análises concluíram que os sistemas de filtro de partículas (os chamados HEPA, que trocam o ar da cabine constantemente), o fluxo descendente da circulação do ar e a barreira natural dos encostos dos assentos "reduzem com eficiência o risco de transmissão de doenças a bordo".

"O uso obrigatório de máscara funciona ainda como uma camada significativa de proteção adicional, o que torna mais seguro sentar-se próximo à outra pessoa na cabine de uma aeronave do que na maioria dos outros ambientes fechados", explicou a Associação Internacional dos Transportes Aéreos (Iata, na singla em inglês) em comunicado à imprensa nesta quinta-feira, 8.

Ainda segundo a Iata, desde o começo de 2020, houve apenas 44 casos de covid-19 associados diretamente a viagens de avião. Neste mesmo período, a aviação comercial transportou 1,2 bilhão de passageiros — o que dá um caso para cada 27 milhões de passageiros transportados.

A associação reconhece não ser possível rastrear e estabelecer um número exato de casos associados a viagens de avião, mas explicou que não há nenhuma indicação de que a transmissão a bordo aconteça tão facilmente quanto se imaginava.

"Entendemos que esses números podem estar subestimados, mas ainda que tivéssemos uma subnotificação de 90%, teríamos apenas um caso a cada 2,7 milhões de passageiros", explicou a Iata no comunicado, lembrando que a maioria desses 44 casos ocorreu antes que o uso de máscara se tornasse obrigatório. "São números extremamente tranquilizadores."

"Nossa mensagem hoje é que, com a tecnologia e os procedimentos de segurança em vigor, é possível voar com segurança", disse Luis Carlos Affonso, vice-presidente de tecnologia da Embraer, que analisou o ambiente de uma cabine em escala real, considerando um passageiro com tosse em vários assentos. "Todos os estudos apontam para isso. A cabine de uma aeronave comercial é um dos espaços mais seguros durante esta pandemia."

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