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Rio vai gastar R$ 92 mi para recuperar área contaminada

Antiga dona do local, a Ingá Mercantil faliu e acabou deixando cerca de 2 milhões de toneladas de água contaminada

A Usiminas estuda investir na área depois que ela for recuperada (Domingos Peixoto/EXAME)

A Usiminas estuda investir na área depois que ela for recuperada (Domingos Peixoto/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2011 às 19h05.

Rio de Janeiro – A partir do mês que vem, mais de R$ 92 milhões começam a ser investidos na recuperação ambiental do terreno onde funcionou a Ingá Mercantil, em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. As obras serão realizadas pela empresa siderúrgica Usiminas, que adquiriu o terreno de 850 mil metros quadrados, em 2008.

A área foi abandonada após a falência da Ingá Mercantil, há 13 anos, com uma grande quantidade de água contaminada com metais pesados. A contaminação afetou as águas da Baia de Sepetiba.

O projeto de recuperação prevê o encapsulamento, ou seja, a separação dos mais de 2 milhões de toneladas de rejeitos no local e o tratamento e renovação da água subterrânea, que também está contaminada. Segundo estimativas da Usiminas, a água terá que ser bombeada por cerca de 20 anos até a total eliminação dos produtos tóxicos.

Segundo o presidente da Usiminas, Wilson Brumer, depois da recuperação ambiental, que deve ser concluída em 18 meses, a área vai ser usada como alternativa para futuras instalações portuárias da siderúrgica.

“O que nós pretendemos discutir com o [governo do] estado é uma forma de integrar a essa obra [de recuperação ambiental] o desenvolvimento portuário na região, onde, certamente, a exportação do minério de ferro que vamos produzir seja parte desse contexto”, afirmou Brumer.

De acordo com dados da Usiminas, quando a área foi adquirida, há três anos, eram produzidos 3 milhões de toneladas de minério de ferro. No ano passado, essa produção chegou a 7 milhões de toneladas e a expectativa é que atinja a marca de 29 milhões de toneladas até 2015, tornando a Usiminas autossuficiente em relação ao produto.

Além dessas obras, o governo do Rio de Janeiro calcula que a região vai receber mais de R$ 10 bilhões, até 2014, em investimentos como a construção de um porto pela Petrobras, a CSN e a Gerdau, que vai atender à exploração do pré-sal, e a instalação de um estaleiro da Marinha.

A presença da indústria naval pode representar mais um atrativo para novos investimentos da Usiminas na região. A siderúrgica, que tem capacidade anual de produção de 9,5 milhões de toneladas de aço, vem investindo em novas tecnologias para atender ao setor.

“Temos interesse em fornecer aço para estaleiros e nos preparamos para isso. Inauguramos, no ano passado, uma linha nova com uma tecnologia que é o que há de mais moderno no mundo. É uma tecnologia japonesa e somos a única empresa no Brasil com essa tecnologia. E certamente, com isso, vamos poder oferecer aços mais competitivos e mais adequados, inclusive para melhorar a própria competitividade do setor naval, assim como do setor de tubos e de equipamentos para a indústria de pressão”, disse o presidente da Usiminas.

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