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Rio+20 inicia contagem regressiva por economia verde

Primeiro documento sobre a cúpula que acontece em junho traz como principais pontos a defesa do meio ambiente e a luta contra a pobreza

Uma das grandes propostas é que sejam definidos "Objetivos do Desenvolvimento Sustentável" (WimediaCommons)

Uma das grandes propostas é que sejam definidos "Objetivos do Desenvolvimento Sustentável" (WimediaCommons)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2012 às 12h41.

Brasília - A Cúpula de Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que a ONU realizará em junho no Brasil, começou a contagem regressiva para conduzir o mundo em direção a uma nova economia verde e social.

O primeiro esboço do documento da conferência, intitulado "O Futuro que Queremos", divulgado há uma semana, é, por enquanto, uma vaga declaração de princípios, embora indique o caminho: o compromisso para que o mundo faça uma transição em direção a uma "Economia Verde" que integre a luta contra a pobreza e o respeito ao meio ambiente.

"A grande oportunidade da cúpula Rio+20 será a de assentar as bases para uma maneira diferente de conceber e medir nossa economia: o que precisamos é de uma economia que seja medida pelo bem-estar que produz", disse à AFP o diretor da ONG Amigos da Terra, Roberto Smeraldi, que na Cúpula da Terra, realizada há 20 anos, liderou o comitê da sociedade civil.

A crise econômica no mundo e o esgotamento dos recursos alimentaram um "desencanto geral com o paradigma econômico dominante" e o que o mundo precisa é de outro "paradigma no qual a riqueza material não tenha que ser obtida às custas da escassez ecológica e de disparidades sociais", afirma o documento da agência da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA).

O documento base para a Rio+20 reconhece as "limitações" do PIB como sistema único para medir a riqueza dos países e propõe criar "indicadores complementares que integrem as dimensões econômica, social e ambiental".

Uma das grandes propostas é que sejam definidos "Objetivos do Desenvolvimento Sustentável" que obriguem os países a assumir metas de segurança alimentar, acesso à água, empregos verdes e até mesmo "padrões de produção e consumo sustentável", entre outros.

Em 2000, 192 países assinaram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, destinados a erradicar a pobreza. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável seriam complementares, embora, por enquanto, não esteja prevista sua adoção em junho, mas uma definição, já que esta não será uma cúpula de "acordos vinculantes", afirmou na semana passada a ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.


A abordagem de "objetivos como segurança alimentar, acesso à energia renovável ou cidades sustentáveis (entre outros), significa uma atualização de quais são as necessidades do desenvolvimento sustentável", explica Jacob Werksman, diretor do programa de Governança da organização de especialistas americanos World Resources Institute (WRI), para quem o texto divulgado, no entanto, é vago e carece da força de uma declaração final.

"Esta primeira versão do documento da Conferência está no rumo certo, mas com a magnitude equivocada", avaliou o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), que considera que os compromissos dos governantes esperados na Cúpula Rio+20 em junho precisarão ser muito maiores.

Esta será a quarta cúpula mundial vinculada ao meio-ambiente depois de Estocolmo, em 1972, Rio, em 1992, e Johannesburgo, em 2002. Além de governantes, participam milhares de representantes da sociedade civil e empresarial.

Há 20 anos, a Cúpula da Terra Eco 92 reuniu mais de 100 governantes do planeta. Mas a menos de seis meses desta Rio+20 e em meio à atual crise econômica, não se sabe se os líderes mundiais comparecerão em massa, como fizeram na anterior, e o grau de compromisso que estarão dispostos a assumir.

Uma questão, por exemplo, é se o presidente da maior economia do planeta, Barack Obama, se aventurará em plena campanha eleitoral a um tema antipático aos hostis concorrentes republicanos.

"Queremos uma conferência que seja um sucesso. Isso exigirá uma participação intensa - ao mais alto nível de chefes de Estado - e um resultado forte" que leve a "um documento político relevante com ações concretas, (...) um documento cheio de generalidades não nos serve", expressou à AFP o diretor do Centro de Informação da ONU no Brasil, Giancarlo Summa.

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