Mundo

Rio+20 busca compromisso de países, FMI e BM com nova economia

Chefe negociador do Brasil, André Corrêa do Lago diz que a economia e a luta contra a pobreza, com o meio ambiente, são os pilares do desenvolvimento sustentável

Rio+20 reunirá os ministros da Fazenda do mundo e acolherá um grande fórum de empresários e líderes da economia mundial (Divulgação)

Rio+20 reunirá os ministros da Fazenda do mundo e acolherá um grande fórum de empresários e líderes da economia mundial (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2012 às 13h58.

Brasília - O êxito da cúpula de desenvolvimento sustentável da ONU Rio+20, que reunirá em junho cerca de 100 governantes, depende do compromisso de países e instituições, como o FMI e o BM, para colocar a economia mundial no caminho do respeito ao meio ambiente e do combate à pobreza, afirmou o chefe negociador do Brasil, o país anfitrião do evento, André Corrêa do Lago.

"Acredito que a Rio+20 fornecerá os instrumentos para que o desenvolvimento sustentável seja um paradigma da economia. Que seja estabelecido que a economia e a luta contra a pobreza, com o meio ambiente, são os pilares do desenvolvimento sustentável", disse Corrêa do Lago em uma entrevista à AFP.

"Acredito que pode haver uma convergência entre a agenda dos países emergentes, os mais pobres e os desenvolvidos" em favor deste objetivo, afirmou o negociador e diretor de Meio Ambiente da Chancelaria do Brasil, cuja presidente, Dilma Rousseff, presidirá a cúpula de 20 a 22 de junho.

O grande mandato da cúpula Rio+20, a pedido da ONU, é que o mundo defina uma trajetória em direção a uma economia verde e social que coloque em sintonia o desenvolvimento com as necessidades do meio ambiente e da luta contra a pobreza.

Os negociadores buscam para isso o apoio das grandes instituições econômicas. A próxima reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) neste mês em Washington debaterá a cúpula Rio+20 em um encontro promovido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pelo chefe do BM, Robert Zoellick, e pelo ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega.

Além disso, a Rio+20 reunirá os ministros da Fazenda do mundo e acolherá um grande fórum de empresários e líderes da economia mundial.

"Não serve de nada" se empenhar em levar a economia mundial em direção ao desenvolvimento sustentável "sem envolver estas entidades, que são as que as áreas econômicas dos países levam a sério", ressaltou Corrêa do Lago.

"A mudança dos padrões de produção e consumo é absolutamente vital", advertiu, sobretudo porque "desde 1992 (ano da Cúpula da Terra no Rio) centenas de milhares de pessoas entraram na classe média" no mundo, somando-se ao consumo de bens de um planeta com recursos limitados e onde problemas como o aquecimento global são prementes.

O rascunho de declaração que os governos negociam arduamente contempla a adoção de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que obriguem os países a assumir metas como segurança alimentar, acesso à água, empregos verdes e padrões de produção e consumo sustentáveis, entre outros.

Os países em desenvolvimento defendem que estes compromissos sejam aplicados às nações ricas e não apenas ao mundo em desenvolvimento, como as Metas do Milênio da ONU.

Outra proposta é conseguir que os países se comprometam a medir seu crescimento não apenas pelo avanço da economia (o PIB), mas também por indicadores sociais e ambientais.

Ambientalistas e ONGs alertam para o perigo de uma declaração final muito vaga, na qual os compromissos não passem de declarações de intenções.

Corrêa não esconde que o fantasma da crise internacional paira sobre as negociações. Mas advertiu que "a crise demonstra que o que ocorre está equivocado e deve ser uma oportunidade para repensar a economia".

Até o momento, a ONU espera na cúpula cerca de 100 governantes e chefes de Estado, explicou o responsável.

Esta será a quarta cúpula do desenvolvimento sustentável convocada na história, depois de Estocolmo, em 1972, Rio de Janeiro, em 1992, e Johannesburgo, em 2002.

Acompanhe tudo sobre:Meio ambienteSustentabilidade

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame