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Retomada de Angra 3 é reflexo de planejamento energético, diz Othon Silva

A obra está orçada em US$ 8,4 bilhões, em valores de dezembro do ano passado

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Rio de Janeiro - A decisão do governo de retomar o programa nuclear brasileiro é fruto de um planejamento energético de médio prazo, segundo o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, em entrevista à Agência Brasil.

Na avaliação do presidente da subsidiária da Eletrobras, o Brasil passou anos, em administrações anteriores, sem ter um planejamento energético - mesmo que de longo prazo - para atender às necessidades de crescimento de sua economia.

Segundo ele, a decisão de construir de quatro a oito novas usinas nucleares no país, já anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, poderá acrescentar ao Sistema Elétrico Nacional até 10 mil megawatts de potência (MW).

Para Othon Silva, o investimento em novas fontes energéticas parte do raciocínio de que as nucleares são fundamentais para dar maior confiabilidade ao Sistema Elétrico Nacional.

"Nós temos energia renovável predominando na nossa matriz e estoque grande de combustíveis para as que não são renováveis. E a decisão de governo por retomar o programa nuclear construindo novas atômicas é exatamente o entendimento das necessidades dessa diversificação, do ponto de vista energético", assegura.

Ele lembra que uma central nuclear "é prima-irmã de uma hidroelétrica - que tem como características principais o fato de serem empreendimentos maiores e mais caros, mas onde o custo da energia para o brasileiro é mais barato".

Para Silva, a principal vantagem da geração a partir do urânio, existente em grande escala no país, é que ela complementa as hidroelétricas e é mais barata do que outras térmicas.

De acordo com estimativas da Eletronuclear, a Usina Angra 3 deve começar a operar no final do primeiro semestre de 2015.

A obra está orçada em US$ 8,4 bilhões (valores de dezembro do ano passado). A capacidade de geração será de 1,4 mil megawatts de energia. Deverão ser gerados até 9 mil empregos diretos e 15 mil indiretos durante a fase de construção. Cerca de 500 empregos diretos serão gerados quando a usina entrar em operação.

Somadas, as nucleares brasileiras terão capacidade de gerar até 3,4 mil megawatts de energia.

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