Resultados completos das eleições voltam a ser adiados na Tailândia
O partido antimilitar Puea Thai ("Para os Tailandeses") lidera o número de cadeiras no parlamento
EFE
Publicado em 25 de março de 2019 às 10h02.
Bangcoc — A Comissão Eleitoral da Tailândia voltou a atrasar nesta segunda-feira o anúncio dos resultados completos das eleições de domingo após garantir que o partido antimilitar Puea Thai ("Para os Tailandeses") lidera o número de cadeiras no parlamento.
Com 350 das 500 cadeiras em disputa, o Puea Thai conseguiu 138, seguido do pró-militar Phalang Pracharat (96), do Bhumjaithai (39), do Partido Democrata (33) e do emergente Anakot Mai ("Novo Futuro"), que conseguiu 30 assentos, informou o órgão eleitoral em seu site.
Essas cadeiras estão distribuídas por distritos, enquanto as outras 150 sairão das listas dos partidos.
A Comissão, que já adiou o anúncio dos resultados no domingo durante a noite, também não revelou a apuração total de votos.
Momentos antes do anúncio da Comissão Eleitoral, o Puea Thai, o partido da Tailândia derrubado no golpe de Estado de 2014 e principal opositor da junta militar, se proclamou vencedor das eleições e afirmou que buscará formar governo junto com outros partidos favoráveis à democracia.
Sudarat Keyuraphan, candidata a primeira-ministra, disse que sua legenda obteve a maioria das cadeiras nas eleições deste domingo.
O Puea Thai, vinculado à família Shinawatra, o clã vencedor de todas as eleições desde 2001, tem a "confiança do povo", segundo a líder, que acrescentou que buscará "aliados" contra o atual primeiro-ministro e líder do grupo pró-militar Phalang Pracharat, o general golpista Prayut Chan-ocha.
Sudarat criticou o órgão eleitoral e o processo pouco "transparente" no qual ocorreu a votação ontem e que, na sua opinião, cria "desconfiança" na comunidade internacional e no próprio povo tailandês.
O próximo líder será escolhido na votação em maio entre os 500 parlamentares escolhidos nas eleições, além dos 250 senadores, que foram indicados a dedo pela junta militar que governa o país desde o golpe de Estado de 2014.
Mais de 65% dos 51 milhões de tailandeses compareceram às urnas para depositar seus votos, segundo dados da Comissão Eleitoral.