Republicanos se preparam para temporada de primárias
Quatro pré-candidatos pelo Partido Republicano se mostraram preparados para enfrentar uma longa temporada de primárias
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2012 às 20h12.
Washington - Os quatro pré-candidatos à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano se mostraram nesta quarta-feira preparados para enfrentar uma longa temporada de primárias, com Mitt Romney e Rick Santorum encorajados pelos bons resultados na Super Terça.
"Temos o tempo, os recursos e um plano para conseguir todos os delegados", disse Romney, confiante, em entrevista à emissora "NBC", num momento em que os pré-candidatos reúnem forças para a votação no Kansas, que terá caucus (assembleias populares) no próximo sábado.
Embora o ex-governador tenha vencido em seis estados (Virgínia, Vermont, Massachusetts, Idaho, Alasca e Ohio) dos dez que estavam em jogo nesta Super Terça, isso não bastou para confirmá-lo como o favorito indiscutível da corrida pela candidatura republicana para enfrentar o presidente Barack Obama nas eleições de novembro.
Em Ohio, o estado-chave do dia por já ter sido o voto de minerva em eleições presidenciais do passado, Romney venceu por margem mínima o ex-senador Santorum, com pouco mais de 12 mil votos de diferença.
Os resultados da Super Terça voltaram a evidenciar que Romney não convence as bases republicanas mais conservadoras, embora já tenha 404 delegados dos 1.144 necessários para garantir a candidatura presidencial republicana na convenção do fim de agosto em Tampa (Flórida).
Nas primárias deste ano, os eleitores estão se aglutinando basicamente em dois grupos bem diferenciados: os que dão prioridade ao voto ideológico e apoiam Santorum, e os que apoiam o candidato "mais elegível" do partido, que apostam em Romney.
Santorum, devoto católico e contrário ao aborto, obteve resultados benéficos na Super Terça, com cômodos triunfos no Tennessee e Oklahoma, no meio-oeste dos EUA que tão fiel lhe foi até o momento, além de uma vitória surpresa na Dakota do Norte.
No entanto, cometeu erros que podem lhe custar caro no futuro, como não concorrer na Virgínia por um problema burocrático - não reuniu a tempo as assinaturas necessárias para se inscrever na votação -, o que reflete deficiências de sua campanha frente à organizada e bem financiada de Romney.
Os líderes de um dos comitês de ação política que apoiam Santorum sugeriram nesta quarta-feira que este é o momento de Gingrich abandonar a disputa, pois representaria um obstáculo para uma "alternativa conservadora" que possa derrotar Romney.
Mas o ex-presidente da Câmara de Representantes, que nesta Super Terça só ganhou na Geórgia, seu estado natal, não parece disposto a jogar a toalha. Nesta quarta-feira, já começou a fazer campanha no Alabama, que realizará suas primárias na próxima semana, junto com o Mississipi.
Gingrich aposta na continuidade, o que já parece lucro para ele, pois no Tennessee e em Oklahoma, dois redutos conservadores, ficou atrás inclusive de Romney nesta terça-feira, e em outros estados foi superado até pelo congressista texano Ron Paul, que não obteve nenhuma vitória.
O problema de Romney é que ele fraqueja em estados-chave como Ohio e está afugentando eleitores independentes, conforme argumentaram nesta quarta-feira assessores da campanha de reeleição de Obama.
Na Super Terça, o ex-governador "perdeu votos entre os independentes, os jovens e as classes meias", comentou o diretor de campanha de Obama, Jim Messina, em uma conferência telefônica com jornalistas.
Os democratas também se preparam para uma longa temporada de primárias, na qual uma das tendências observadas é o baixo entusiasmo do eleitorado republicano com os pré-candidatos opositores, segundo indicou nesta quarta-feira o jornal "The Washington Post".
"Este país tem graves problemas econômicos e profundos desafios de segurança nacional. Mas os candidatos republicanos estão tão intrometidos nas trincheiras da guerra cultural e religiosa que não oferecem solução alguma", destacou um editorial do "The New York Times".
O jornal nova-iorquino ressalta ainda que as primárias estão sendo "implacavelmente desagradáveis, divisórias e insípidas", e cita uma recente pesquisa do Pew Research Center, que revela que três em cada dez eleitores afirmam que sua opinião sobre os republicanos piorou durante esta campanha.
Diante do panorama incerto, até a musa republicana Sarah Palin, ex-governadora do Alasca e ex-candidata à Vice-Presidência dos EUA em 2008, deixou aberta a possibilidade de se apresentar como o nome de consenso na convenção do partido de agosto, caso as primárias não resultem num claro vencedor. EFE
Washington - Os quatro pré-candidatos à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano se mostraram nesta quarta-feira preparados para enfrentar uma longa temporada de primárias, com Mitt Romney e Rick Santorum encorajados pelos bons resultados na Super Terça.
"Temos o tempo, os recursos e um plano para conseguir todos os delegados", disse Romney, confiante, em entrevista à emissora "NBC", num momento em que os pré-candidatos reúnem forças para a votação no Kansas, que terá caucus (assembleias populares) no próximo sábado.
Embora o ex-governador tenha vencido em seis estados (Virgínia, Vermont, Massachusetts, Idaho, Alasca e Ohio) dos dez que estavam em jogo nesta Super Terça, isso não bastou para confirmá-lo como o favorito indiscutível da corrida pela candidatura republicana para enfrentar o presidente Barack Obama nas eleições de novembro.
Em Ohio, o estado-chave do dia por já ter sido o voto de minerva em eleições presidenciais do passado, Romney venceu por margem mínima o ex-senador Santorum, com pouco mais de 12 mil votos de diferença.
Os resultados da Super Terça voltaram a evidenciar que Romney não convence as bases republicanas mais conservadoras, embora já tenha 404 delegados dos 1.144 necessários para garantir a candidatura presidencial republicana na convenção do fim de agosto em Tampa (Flórida).
Nas primárias deste ano, os eleitores estão se aglutinando basicamente em dois grupos bem diferenciados: os que dão prioridade ao voto ideológico e apoiam Santorum, e os que apoiam o candidato "mais elegível" do partido, que apostam em Romney.
Santorum, devoto católico e contrário ao aborto, obteve resultados benéficos na Super Terça, com cômodos triunfos no Tennessee e Oklahoma, no meio-oeste dos EUA que tão fiel lhe foi até o momento, além de uma vitória surpresa na Dakota do Norte.
No entanto, cometeu erros que podem lhe custar caro no futuro, como não concorrer na Virgínia por um problema burocrático - não reuniu a tempo as assinaturas necessárias para se inscrever na votação -, o que reflete deficiências de sua campanha frente à organizada e bem financiada de Romney.
Os líderes de um dos comitês de ação política que apoiam Santorum sugeriram nesta quarta-feira que este é o momento de Gingrich abandonar a disputa, pois representaria um obstáculo para uma "alternativa conservadora" que possa derrotar Romney.
Mas o ex-presidente da Câmara de Representantes, que nesta Super Terça só ganhou na Geórgia, seu estado natal, não parece disposto a jogar a toalha. Nesta quarta-feira, já começou a fazer campanha no Alabama, que realizará suas primárias na próxima semana, junto com o Mississipi.
Gingrich aposta na continuidade, o que já parece lucro para ele, pois no Tennessee e em Oklahoma, dois redutos conservadores, ficou atrás inclusive de Romney nesta terça-feira, e em outros estados foi superado até pelo congressista texano Ron Paul, que não obteve nenhuma vitória.
O problema de Romney é que ele fraqueja em estados-chave como Ohio e está afugentando eleitores independentes, conforme argumentaram nesta quarta-feira assessores da campanha de reeleição de Obama.
Na Super Terça, o ex-governador "perdeu votos entre os independentes, os jovens e as classes meias", comentou o diretor de campanha de Obama, Jim Messina, em uma conferência telefônica com jornalistas.
Os democratas também se preparam para uma longa temporada de primárias, na qual uma das tendências observadas é o baixo entusiasmo do eleitorado republicano com os pré-candidatos opositores, segundo indicou nesta quarta-feira o jornal "The Washington Post".
"Este país tem graves problemas econômicos e profundos desafios de segurança nacional. Mas os candidatos republicanos estão tão intrometidos nas trincheiras da guerra cultural e religiosa que não oferecem solução alguma", destacou um editorial do "The New York Times".
O jornal nova-iorquino ressalta ainda que as primárias estão sendo "implacavelmente desagradáveis, divisórias e insípidas", e cita uma recente pesquisa do Pew Research Center, que revela que três em cada dez eleitores afirmam que sua opinião sobre os republicanos piorou durante esta campanha.
Diante do panorama incerto, até a musa republicana Sarah Palin, ex-governadora do Alasca e ex-candidata à Vice-Presidência dos EUA em 2008, deixou aberta a possibilidade de se apresentar como o nome de consenso na convenção do partido de agosto, caso as primárias não resultem num claro vencedor. EFE