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Republicanos prometem revogar abertura com Cuba

Se vencerem as eleições de 2016, os candidatos republicanos prometeram dar marcha à ré na abertura com Cuba

Bandeiras de Cuba (E) e Estados Unidos em Havana (Enrique De La Osa/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2015 às 16h28.

Washington - Os candidatos às primárias republicanas prometeram nesta sexta-feira dar marcha à ré na abertura com Cuba se ganharem as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos , e criticaram o governo de Barack Obama por não ter convidado a dissidência à histórica reabertura de sua embaixada em Havana.

"A visita do secretário de Estado, John Kerry, a Havana é um presente de aniversário para Fidel Castro (que fez 89 anos na quinta-feira). Um símbolo do consentimento do governo de Obama ao seu legado impiedoso", afirmou Jeb Bush, ex-governador da Flórida e segundo colocado de seu partido nas pesquisas para as primárias.

Filho e irmão de ex-presidentes, Jeb se referiu assim à viagem de Kerry a Cuba hoje para hastear a bandeira americana na embaixada em Havana, a primeira visita de um secretário de Estado dos EUA à ilha desde 1945.

Bush considerou que esta "reconciliação foi feita às custas da liberdade e da democracia que todos os cubanos merecem", e que a presença de Kerry na ilha é "especialmente insultante" para a dissidência.

"Para os valentes cubanos, cujo único crime é pedir liberdade e democracia, estarem longe da cerimônia de abertura oficial da Embaixada dos Estados Unidos é outra concessão aos Castro", acrescentou.

Na mesma linha se pronunciou outro dos favoritos nas primárias republicanas, Marco Rubio, senador pela Flórida e filho de um casal cubano que deixou a ilha antes da Revolução.

"O presidente Obama recompensou o regime dos Castro por suas táticas repressoras e sua persistente e paciente oposição aos interesses americanos", disse Rubio em discurso em Nova York, quase ao mesmo tempo do hastear da bandeira americana na embaixada em Havana.

O senador acusou Obama de terminar com uma política mantida durante meio século por presidentes dos dois partidos, e de permitir que o governo de Cuba ganhe "legitimidade internacional e estímulo econômico para continuar com sua repressão ao povo cubano".

Rubio, como Jeb Bush, prometeu revogar esta abertura se chegar à Casa Branca: "ou continuam reprimindo sua gente e perdem as relações diplomáticas e os benefícios dados pelo presidente Obama, ou realizam reformas políticas e de direitos humanos significativas e recebem mais comércio, investimento e apoio dos Estados Unidos", disse.

O outro aspirante republicano de origem cubana, o senador pelo Texas Ted Cruz, considerou que a normalização de relações com a ilha é "outro acordo ruim de Obama, (Hillary) Clinton e Kerry" que "não ajudará o povo cubano nem contribuirá para a segurança dos Estados Unidos".

Os 17 candidatos às primárias republicanas são unânimes na oposição frontal à abertura com Cuba, embora a maioria deles não tenha feito deste tema uma prioridade de sua campanha.

Já os candidatos às primárias democratas voltaram hoje a cerrar fileiras em torno da política do presidente Obama para Cuba e celebraram a histórica reabertura da embaixada em Havana após mais de meio século de inimizade.

"A nova embaixada dos Estados Unidos em Havana nos ajuda a envolver o povo cubano e contribui para nossos esforços por uma mudança positiva. Bom passo para os povos dos Estados Unidos e de Cuba", escreveu a favorita democrata, Hillary Clinton, em mensagem em 1º de julho em sua conta no Twitter, posição reiterada hoje por sua equipe de campanha.

"Aplaudo o presidente Obama e o secretário de Estado Kerry por avançarem rumo ao desenvolvimento de relações diplomáticas normais com Cuba", publicou hoje no Twitter Bernie Sanders, senador por Vermont e candidato às primárias democratas.

"Dia histórico para a embaixada dos Estados Unidos em Cuba. Esperamos mais parceria e cooperação com nossos vizinhos", escreveu o ex-governador de Maryland, Martin O'Malley.

No Congresso, de onde depende o fim do embargo comercial e econômico sobre Cuba, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, criticou Obama por ter retomado as relações com Cuba sem exigir da ilha mudanças democráticas.

"Mais uma vez, a fixação do governo de Obama por colecionar títulos fazendo concessões a Estados-pária não provocou mudanças reais no comportamento (desses Estados) ou melhorou as vidas de seus cidadãos", assinalou Boehner hoje em comunicado.

Já o senador democrata Bob Menendez, filho de imigrantes cubanos, considerou "vergonhoso" Cuba ter conseguido fazer com que não fossem convidados os dissidentes à cerimônia de abertura da embaixada em Havana.

Kerry justificou a divisão em duas cerimônias (a oficial sem os dissidentes e outra posterior, fechada à imprensa, com eles) por definir a primeira como um "ato de governo para governo".

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Washington - Os candidatos às primárias republicanas prometeram nesta sexta-feira dar marcha à ré na abertura com Cuba se ganharem as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos , e criticaram o governo de Barack Obama por não ter convidado a dissidência à histórica reabertura de sua embaixada em Havana.

"A visita do secretário de Estado, John Kerry, a Havana é um presente de aniversário para Fidel Castro (que fez 89 anos na quinta-feira). Um símbolo do consentimento do governo de Obama ao seu legado impiedoso", afirmou Jeb Bush, ex-governador da Flórida e segundo colocado de seu partido nas pesquisas para as primárias.

Filho e irmão de ex-presidentes, Jeb se referiu assim à viagem de Kerry a Cuba hoje para hastear a bandeira americana na embaixada em Havana, a primeira visita de um secretário de Estado dos EUA à ilha desde 1945.

Bush considerou que esta "reconciliação foi feita às custas da liberdade e da democracia que todos os cubanos merecem", e que a presença de Kerry na ilha é "especialmente insultante" para a dissidência.

"Para os valentes cubanos, cujo único crime é pedir liberdade e democracia, estarem longe da cerimônia de abertura oficial da Embaixada dos Estados Unidos é outra concessão aos Castro", acrescentou.

Na mesma linha se pronunciou outro dos favoritos nas primárias republicanas, Marco Rubio, senador pela Flórida e filho de um casal cubano que deixou a ilha antes da Revolução.

"O presidente Obama recompensou o regime dos Castro por suas táticas repressoras e sua persistente e paciente oposição aos interesses americanos", disse Rubio em discurso em Nova York, quase ao mesmo tempo do hastear da bandeira americana na embaixada em Havana.

O senador acusou Obama de terminar com uma política mantida durante meio século por presidentes dos dois partidos, e de permitir que o governo de Cuba ganhe "legitimidade internacional e estímulo econômico para continuar com sua repressão ao povo cubano".

Rubio, como Jeb Bush, prometeu revogar esta abertura se chegar à Casa Branca: "ou continuam reprimindo sua gente e perdem as relações diplomáticas e os benefícios dados pelo presidente Obama, ou realizam reformas políticas e de direitos humanos significativas e recebem mais comércio, investimento e apoio dos Estados Unidos", disse.

O outro aspirante republicano de origem cubana, o senador pelo Texas Ted Cruz, considerou que a normalização de relações com a ilha é "outro acordo ruim de Obama, (Hillary) Clinton e Kerry" que "não ajudará o povo cubano nem contribuirá para a segurança dos Estados Unidos".

Os 17 candidatos às primárias republicanas são unânimes na oposição frontal à abertura com Cuba, embora a maioria deles não tenha feito deste tema uma prioridade de sua campanha.

Já os candidatos às primárias democratas voltaram hoje a cerrar fileiras em torno da política do presidente Obama para Cuba e celebraram a histórica reabertura da embaixada em Havana após mais de meio século de inimizade.

"A nova embaixada dos Estados Unidos em Havana nos ajuda a envolver o povo cubano e contribui para nossos esforços por uma mudança positiva. Bom passo para os povos dos Estados Unidos e de Cuba", escreveu a favorita democrata, Hillary Clinton, em mensagem em 1º de julho em sua conta no Twitter, posição reiterada hoje por sua equipe de campanha.

"Aplaudo o presidente Obama e o secretário de Estado Kerry por avançarem rumo ao desenvolvimento de relações diplomáticas normais com Cuba", publicou hoje no Twitter Bernie Sanders, senador por Vermont e candidato às primárias democratas.

"Dia histórico para a embaixada dos Estados Unidos em Cuba. Esperamos mais parceria e cooperação com nossos vizinhos", escreveu o ex-governador de Maryland, Martin O'Malley.

No Congresso, de onde depende o fim do embargo comercial e econômico sobre Cuba, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, criticou Obama por ter retomado as relações com Cuba sem exigir da ilha mudanças democráticas.

"Mais uma vez, a fixação do governo de Obama por colecionar títulos fazendo concessões a Estados-pária não provocou mudanças reais no comportamento (desses Estados) ou melhorou as vidas de seus cidadãos", assinalou Boehner hoje em comunicado.

Já o senador democrata Bob Menendez, filho de imigrantes cubanos, considerou "vergonhoso" Cuba ter conseguido fazer com que não fossem convidados os dissidentes à cerimônia de abertura da embaixada em Havana.

Kerry justificou a divisão em duas cerimônias (a oficial sem os dissidentes e outra posterior, fechada à imprensa, com eles) por definir a primeira como um "ato de governo para governo".

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