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Republicanos assumem controle da Câmara Baixa dos EUA

Eleitos nas "midterms" em novembro passado, os novos representantes (deputados) se reúnem às 12h locais (14h em Brasília) para posse

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AFP

Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 12h01.

Última atualização em 3 de janeiro de 2023 às 12h33.

A oposição republicana assume, nesta terça-feira, 3, o controle da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, determinada a confrontar o presidente democrata Joe Biden, mas deve, primeiro, resolver as divisões em suas próprias fileiras.

Eleitos nas "midterms" em novembro passado, os novos representantes (deputados) se reúnem às 12h locais (14h em Brasília) para posse. O mandato é de dois anos.

Pela primeira vez em seu governo, Biden vai lidar com um Parlamento dividido. Seu partido manteve o controle do Senado, mas a oposição republicana conseguiu conquistar uma maioria — ainda que estreita — na Câmara.

“Os americanos estão prontos para a mudança, após dois anos calamitosos sob a liderança do Partido Democrata”, afirmam os representantes republicanos, que prometeram investigações sobre a gestão da pandemia por parte de Biden, ou sobre a retirada americana do Afeganistão.

Antes dessas batalhas, porém, precisam chegar a um acordo para eleger o presidente da Câmara — o que não é fácil, devido às divisões do partido.

McCarthy enfraquecido

A eleição do presidente da Câmara, a terceira figura mais importante da política americana depois do presidente e do vice, será decidida nesta terça-feira por maioria simples.

Sete anos após sua primeira tentativa, Kevin McCarthy, que lidera desde 2014 a bancada republicana na Câmara, espera uma revanche.

Ele está, no entanto, fragilizado pelos maus resultados dos republicanos nas eleições de novembro, já que a "onda vermelha" prevista pelos conservadores não se concretizou.

O Partido Republicano tem 222 assentos, e McCarthy precisa de 218 votos para ser eleito presidente.

Um pequeno grupo de congressistas muito próximos de Donald Trump já avisaram que vão apresentar condições antes de apoiá-lo. Eles criticam-no por não defender suficientemente o ex-presidente. Três disseram, inclusive, que vão votar contra.

"Kevin não acredita em nada, não tem ideologia", disse o representante Matt Gaetz.

McCarthy parece disposto a dar garantias aos rebeldes, mas, ao mesmo tempo, não pode desagradar aos republicanos moderados.

Embora sua margem de manobra seja mínima, ele não tem nenhum rival à vista. Steve Scalise é mencionado como uma possível alternativa, mas não parece ter muita chance.

Contra Biden

Com os republicanos no controle da Câmara dos Representantes, Biden e os democratas perderam poder para aprovar novas iniciativas. O mesmo acontecerá com os republicanos no Senado, onde os democratas são maioria.

A questão agora é: vão se entrincheirar em uma oposição sistemática? Para isso, teriam de agir como um bloco unido.

Na votação do orçamento antes do Natal, por exemplo, os republicanos ficaram ao lado dos democratas e evitaram o "shutdown" (paralisia) do governo federal.

A eleição do presidente da Câmara também servirá, portanto, para medir a capacidade de atacar Biden. Enfrentar uma Câmara hostil pode lhe dar alguma vantagem, se confirmar sua intenção de concorrer à reeleição em 2024, decisão que deve anunciar ainda no início deste ano.

No caso de um impasse legislativo, sem dúvida culpará os republicanos, na esperança de virar a situação a seu favor.

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