Republicanos aprovam regras para julgamento contra Trump
Democratas queriam incluir novas provas e testemunhas no processo de impeachment de Trump, mas todas as emendas foram rejeitadas
EFE
Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 11h36.
Última atualização em 22 de janeiro de 2020 às 11h38.
Washington — O Senado dos Estados Unidos aprovou na madrugada desta quarta-feira, com o apoio da maioria republicana, as regras para o julgamento de impeachment contra o presidente americano, Donald Trump , após um debate de emendas que durou quase 13 horas.
A ideia dos democratas era incluir novas provas e testemunhas no processo, mas todas as emendas foram rejeitadas. Com 53 votos a favor e 47 contra, ficou estabelecido que tanto a acusação quanto a defesa de Trump terão 24 horas, divididas em três dias, para os seus argumentos. O começo está previsto para meio-dia (hora local, 14h de Brasília).
Depois desses seis dias, possivelmente na terça-feira da próxima semana, o Senado abrirá uma sessão de perguntas e respostas e, em seguida, debaterá se o impeachment contra o atual presidente deve ser prolongado com testemunhas reivindicadas pelos democratas ou, pelo contrário, se deve ser acelerado, o que presumivelmente vai a favor de Trump.
Esta terça-feira, o primeiro dia do julgamento, demonstrou a força do bloco republicano, que conta com maioria absoluta na Câmara Alta, embora só precise manter um terço dos votos para absolver o chefe de governo das acusações de abuso de poder e obstrução ao Congresso pela sua pressão sobre a Ucrânia.
Se os republicanos queriam um julgamento rápido desde o início, o líder democrata do Senado, Chuck Schumer, embarcou em uma estratégia de adiamento, introduzindo várias emendas para modificar a proposta de regras apresentada pelos republicanos. Com isso, o debate se arrastou até a madrugada. As regras foram aprovadas por volta das 2h (local, 4h de Brasília).
Entre as propostas dos democratas, estava o comparecimento do antigo Conselheiro de Segurança Nacional John Bolton, do Chefe de Gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney, e a inclusão de documentos do Pentágono e do Departamento de Estado.
A terça-feira foi o primeiro passo de uma dinâmica que provavelmente se repetirá ao longo do impeachment, um processo guiado pelo partido do presidente e que visa levar à sua absolvição, a menos que haja um aumento improvável do apoio público ao impedimento, o que obrigaria alguns senadores republicanos a mudar o seu voto.
O impeachment é baseado em duas acusações, as de abuso de poder e obstrução ao Congresso, relacionadas com a pressão de Trump sobre a Ucrânia para investigar um dos seus potenciais rivais nas eleições de 2020, o ex-vice-presidente Joe Biden.