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Repressão vai continuar em 2012 nos países árabes, diz Anistia

Segundo o órgão, alguns regimes da região estão decididos a permanecer no poder custe o que custar

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 11h04.

Nicosia - A utilização da violência em 2011 para reprimir a oposição nos países árabes pode seguir vigente em 2012, já que alguns regimes estão decididos a permanecer no poder custe o que custar, adverte a Anistia Internacional em um relatório publicado nesta segunda-feira.

"Os movimentos de protesto na região, dirigidos em muitos casos pelos jovens e com as mulheres tendo um papel central, demonstraram uma notável e inclusive surpreendente resistência à repressão", disse Philip Luther, diretor interino da AI para o Oriente Médio e a África do Norte.

"Mas as tentativas persistentes de alguns Estados de proporem apenas mudanças cosméticas (...) ou, simplesmente, de brutalizarem sua população para submetê-la, é uma prova de que, para muitos governos, a sobrevivência do regime continua sendo seu objetivo", ressaltou.

As revoltas que explodiram em 2011 no mundo árabe após o suicídio de um jovem vendedor de verduras tunisiano levou à queda dos presidentes Zine el Abidine Ben Ali, da Tunísia, Hosni Mubarak, do Egito, e do líder líbio Muamar Kadhafi.

A onda de protestos também alcançou a Síria, que enfrenta uma rebelião contra o regime de Bashar al-Assad desde março, e provocou a saída iminente do presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh.

Em seu informe de 80 páginas, a AI condena também as violações dos direitos humanos cometidos no Egito pelo poder militar que governa de forma interina após a saída de Mubarak, considerando-as piores em alguns casos que sob o ex-presidente e advertindo contra as restrições da liberdade de expressão.


"O Exército e as forças de segurança reprimiram violentamente as manifestações, deixando ao menos 84 mortos entre outubro e dezembro de 2011. A tortura dos presos permanece e o número de civis julgados por tribunais militares foi maior em um ano que nos 30 anos do regime de Mubarak", ressalta a AI.

O relatório também critica as autoridades interinas da Líbia por não controlarem as brigadas armadas que participaram da queda de Kadhafi e por não processarem cerca de 7 mil pessoas que se encontram nos campos de detenção improvisados a cargo de brigadas.

A organização de defesa dos direitos humanos com sede em Londres também ressaltou a atitude de outros governos da região, em particular da Síria, que seguem "firmemente decididos" a se agarrar ao poder, "às vezes sem que importe o custo em vidas humanas e em dignidade".

Neste sentido, a AI acusou o Exército e os serviços de inteligência sírios de cometerem "assassinatos e torturas que podem ser vistos como crimes contra a humanidade, em uma tentativa vã de aterrorizar os manifestantes e opositores (para reduzi-los) ao silêncio e à submissão".

Segundo a organização, no fim de 2011 foram apontados mais de 200 casos de pessoas mortas em detenção, um número 40 vezes superior à média anual nos últimos anos neste país.

Luther ressaltou que "o que chamou a atenção (no Oriente Médio) no ano passado é que - com algumas exceções - as mudanças ocorreram em grande medida graças aos esforços dos habitantes destes países, que saíram às ruas".

"A rejeição das pessoas comuns de serem privadas de sua luta pela dignidade e pela justiça é um ponto que dá esperanças para 2012", acrescentou.

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Nicosia - A utilização da violência em 2011 para reprimir a oposição nos países árabes pode seguir vigente em 2012, já que alguns regimes estão decididos a permanecer no poder custe o que custar, adverte a Anistia Internacional em um relatório publicado nesta segunda-feira.

"Os movimentos de protesto na região, dirigidos em muitos casos pelos jovens e com as mulheres tendo um papel central, demonstraram uma notável e inclusive surpreendente resistência à repressão", disse Philip Luther, diretor interino da AI para o Oriente Médio e a África do Norte.

"Mas as tentativas persistentes de alguns Estados de proporem apenas mudanças cosméticas (...) ou, simplesmente, de brutalizarem sua população para submetê-la, é uma prova de que, para muitos governos, a sobrevivência do regime continua sendo seu objetivo", ressaltou.

As revoltas que explodiram em 2011 no mundo árabe após o suicídio de um jovem vendedor de verduras tunisiano levou à queda dos presidentes Zine el Abidine Ben Ali, da Tunísia, Hosni Mubarak, do Egito, e do líder líbio Muamar Kadhafi.

A onda de protestos também alcançou a Síria, que enfrenta uma rebelião contra o regime de Bashar al-Assad desde março, e provocou a saída iminente do presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh.

Em seu informe de 80 páginas, a AI condena também as violações dos direitos humanos cometidos no Egito pelo poder militar que governa de forma interina após a saída de Mubarak, considerando-as piores em alguns casos que sob o ex-presidente e advertindo contra as restrições da liberdade de expressão.


"O Exército e as forças de segurança reprimiram violentamente as manifestações, deixando ao menos 84 mortos entre outubro e dezembro de 2011. A tortura dos presos permanece e o número de civis julgados por tribunais militares foi maior em um ano que nos 30 anos do regime de Mubarak", ressalta a AI.

O relatório também critica as autoridades interinas da Líbia por não controlarem as brigadas armadas que participaram da queda de Kadhafi e por não processarem cerca de 7 mil pessoas que se encontram nos campos de detenção improvisados a cargo de brigadas.

A organização de defesa dos direitos humanos com sede em Londres também ressaltou a atitude de outros governos da região, em particular da Síria, que seguem "firmemente decididos" a se agarrar ao poder, "às vezes sem que importe o custo em vidas humanas e em dignidade".

Neste sentido, a AI acusou o Exército e os serviços de inteligência sírios de cometerem "assassinatos e torturas que podem ser vistos como crimes contra a humanidade, em uma tentativa vã de aterrorizar os manifestantes e opositores (para reduzi-los) ao silêncio e à submissão".

Segundo a organização, no fim de 2011 foram apontados mais de 200 casos de pessoas mortas em detenção, um número 40 vezes superior à média anual nos últimos anos neste país.

Luther ressaltou que "o que chamou a atenção (no Oriente Médio) no ano passado é que - com algumas exceções - as mudanças ocorreram em grande medida graças aos esforços dos habitantes destes países, que saíram às ruas".

"A rejeição das pessoas comuns de serem privadas de sua luta pela dignidade e pela justiça é um ponto que dá esperanças para 2012", acrescentou.

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