Rebelde líbio lê o Corão: Liga Ecumênica do Paquistão pediu que o caso Rimsha seja investigado (Chris Hondros/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2012 às 20h56.
Islamabad - Várias organizações religiosas moderadas do Paquistão pediram nesta segunda-feira proteção para a menina cristã acusada de blasfêmia por ter queimado páginas do Corão.
Nesta terça-feira, as autoridades do país anunciarão se concluíram que a menina sofre de problemas mentais. O Conselho de Ulemás do Paquistão, que representa parte dos líderes muçulmanos moderados do país, pediu proteção para Rimsha Masih, menina de cerca de 11 anos que já está há 10 dias presa.
''Ninguém está a salvo no Paquistão'', disse em entrevista coletiva o chefe do Conselho, Tahirul Ashrafi, que acusou grupos do país de estimularem o extremismo religioso e a intolerância no país.
Já a Liga Ecumênica do Paquistão pediu que o caso Rimsha seja investigado e o relatório médico sobre sua saúde divulgado o mais rápido possível.
Segundo a família de Rimsha, a menor sofre de um problema mental, que ao lado de sua pouca idade faz com que ela não tenha consciência do delito que cometeu.
O responsável da Liga Ecumênica, Sajid Ishtaq, disse à Agência Efe que uma equipe médica designada pelo governo já emitiu seu parecer, mas que por razões desconhecidas as autoridades só revelarão seu conteúdo amanhã.
Segundo Ishtaq, cerca de 600 famílias abandonaram nos dias seguintes ao incidente o subúrbio de Mehrabadi, em Islamabad, por medo de represálias de radicais fundamentalistas.
As organizações afirmaram que o governo deve proteger as famílias ameaçadas e permitir que elas voltem para suas casas.
Em 18 de agosto, um grupo rodeou a delegacia de Islamabad onde a menina estava presa e tentou invadir o local para agredir a menor e sua família.
Segundo versão divulgada pela imprensa local, a menina usou por engano páginas do Corão para fazer fogo para cozinhar. ''Ninguém em seu julgamento perfeito queimaria um texto sagrado, e muito menos um cristão. Eles sabem bem as consequências de um ato deste tipo'', disse na semana passada à Efe a presidente da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão (HRCP), Zohra Yousef.