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Relatório vincula Coreia do Norte a armas químicas na Síria

O documento, que não foi divulgado oficialmente, estuda possíveis violações por parte de Pyongyang das sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança

Coreia do Norte: o grupo de analistas documenta os supostos intercâmbios entre a Coreia do Norte e a Síria (Denis Balibouse/Reuters)

Coreia do Norte: o grupo de analistas documenta os supostos intercâmbios entre a Coreia do Norte e a Síria (Denis Balibouse/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 21h50.

Nações Unidas - A Coreia do Norte forneceu à Síria materiais que podem ser utilizados na fabricação de armas químicas, segundo um relatório de analistas da ONU publicado nesta terça-feira pelo jornal "The New York Times".

O documento, que não foi divulgado oficialmente e cujo conteúdo as Nações Unidas não quiseram confirmar, estuda possíveis violações por parte de Pyongyang das sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança.

O grupo de analistas documenta os supostos intercâmbios entre a Coreia do Norte e a Síria, embora afirme que as provas disponíveis não demonstram de forma definitiva que haja uma cooperação entre os dois países no âmbito das armas químicas.

Segundo o relatório, o país asiático forneceu à Síria telhas, válvulas e termômetros, todos resistentes a ácidos, que podem ser utilizados na produção desse tipo de armamento.

O governo sírio se comprometeu em 2013 a destruir todo o seu arsenal químico sob supervisão internacional, mas desde então foi acusado em várias ocasiões de voltar a utilizar substâncias proibidas com fins militares.

O relatório dos analistas da ONU, que reportam ao Conselho de Segurança possíveis violações das sanções à Coreia do Norte, afirma que em janeiro de 2017 foram interceptadas telhas residentes a ácidos em dois navios que partiram do país asiático com destino à Síria, de acordo com o "The New York Times".

Esses materiais, segundo os especialistas, são utilizados na construção de instalações que produzem armas químicas.

O jornal nova-iorquino afirma que o documento ressalta o perigo que representa qualquer comércio desse tipo entre a Síria e a Coreia do Norte, pois poderia facilitar o uso de armas químicas para Damasco e gerar renda para Pyongyang financiar seus programas nucleares e de mísseis.

Perguntado sobre o relatório, o porta-voz das Nações Unidas Stéphane Dujarric disse hoje que não conhecia seu conteúdo nem se este se tornará público em algum momento.

Os Estados Unidos, que acusaram repetidamente a Síria de usar armas químicas e a Coreia do Norte de tentar se esquivar das sanções internacionais, também não quiseram confirmar a informação, mas afirmaram que coincide com suas suspeitas.

"Isso é algo sobre o qual os EUA tiveram preocupações faz algum tempo", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, durante uma entrevista coletiva em Washington.

Segundo Heather, a preocupação é que, quando Pyongyang se sente mais "desesperada", procura "formas diferentes, criativas e horríveis de tentar fazer dinheiro para financiar seu regime criminoso".

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